Por Heloísa Dallanhol/ Assessoria de Imprensa da Fapesc
O Sul é a região brasileira onde o mar pode ser mais aproveitado para gerar eletricidade. Isso foi dito ontem (20/11) por Segen Farid Estefen, professor de Engenharia Oceânica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele participou de um painel que reuniu também dois pesquisadores ligados a entidades européias, durante a Eco Power Conference - Fórum Internacional de Energias Renováveis e Sustentabilidade.
Se a força das ondas e marés em águas territoriais brasileiras fosse toda aproveitada, a quantidade de energia elétrica obtida seria o dobro daquela produzida atualmente na maior usina do país. “Estamos falando de duas Itaipus”, explicou Estefen, salientando que o aproveitamento total do potencial energético marinho é praticamente impossível e mesmo desnecessário, pois não haveria como usá-la. “O potencial energético dos oceanos é 50% superior à demanda do nosso planeta”, conclui o expert em tecnologias submarinas.
Diversas formas de converter energia do mar em eletricidade foram apresentadas pelo dinamarquês Jens Peter Kofoed, professor da Aalborg Universiteit. Ele falou de ferramentas já em fase de testes na Europa, próximas à costa ou em alto mar. “Algumas precisam ser presas no fundo do oceano enquanto outras exigem a criação de praias artificiais. Mas elas ainda estão longe de serem comercializadas”, pondera.
Ainda mais cauteloso é o brasileiro Cláudio Bittencourt Ferreira, que atua no Reino Unido, numa fundação independente chamada DNV do cujos objetivos são “proteger a vida, o ambiente e a propriedade”, nas palavras do palestrante. Referindo-se às tecnologias de conversão da energia das ondas e marés em eletricidade, Ferreira disse: “Existem problemas de confiabilidade e manutenção dos equipamentos. As instalações têm que ser seguras para garantir o bem dos usuários e do patrimônio”.
Uma usina piloto está sendo construída no Ceará com o apoio do governo estadual e da UFRJ, porém Estefen defende a criação de um programa nacional que envolva universidades próximas ao litoral, no qual a Universidade Federal de Santa Catarina teria muito a contribuir. A UFSC já apóia a realização da Eco Power, assim como a Fapesc (Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina).
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