3 de setembro de 2011

Brasil na China

Entre os dias 3 e 25 de setembro, a China recebe a 2ª edição do DocBrazil Festival. O evento estará presente nas principais cidades chinesas com sete documentários, ciclo de palestras, intervenções artísticas e música ao vivo. Os títulos selecionados para o festival apresentam temas ligados à diversidade cultural brasileira, a ruptura de estereótipos e o papel do Brasil no século XXI.

Em Pequim, capital do país, o DocBrazil Festival terá destaque como uma das principais atrações internacionais do Festival 789, maior evento dedicado ao público jovem chinês organizado pelo megaportal Sohu.com, que há três anos reúne cerca de 20 mil espectadores .BRnaCH

O festival e a Raffles-BIFT International College mantêm parceria e repetem a experiência de oferecer uma coleção exclusiva de pôsteres criados por uma equipe de designers chineses e estrangeiros estabelecidos em Pequim. A proposta é descobrir, através da percepção da equipe, qual é a imagem que o Brasil contemporâneo transmite.

Fiel ao conceito de plataforma criativa que supera uma experiência cinematográfica, o DocBrazil Festival continua a crescer em parcerias e atividades paralelas para envolver cada vez mais público no encontro e reinvenção da percepção do Brasil e dos brasileiros no mundo.

Maiores informações pelo site do festival.

Fonte: Ministério da Cultura

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2 de setembro de 2011

Mas o velho resistiu

Nos arredores da cidade de Hebron (Al-Khalil), a nordeste do centro histórico, localiza-se o Wadi Al-Ghrous, um vale localizado entre as duas colinas onde estão instaladas dois assentamentos israelenses: Qiryat Arba (ao sul) e Givat Harsina (ao norte).

O primeiro foi estabelecido em 1968 e o segundo no início da década de 1980 por colonos removidos do Sinai após o tratado de paz entre Israel e o Egito. Algumas famílias palestinas continuam vivendo ali, resistindo à pressão criada pelos assentamentos circundantes, que se manifesta normalmente através do confisco de terras e através da violência dos colonos. Em meio a esse conturbado ambiente, encontra-se a história de perseverança de um velho e seu ônibus.ovelho

Sozinho, agarrando-se ao pouco que resta de sua terra, um idoso de 80 anos, chamado Abd Al-Hasib Atta Zaloum, passa a maior parte do tempo em baixo de uma árvore. Durante toda a sua longa vida, testemunhou inúmeros acontecimentos-chave do conflito árabe-israelense, como as guerras de 1948 e 1967. Também testemunhou a formação e a expansão dos assentamentos israelenses à sua volta, já a partir do ano de 1968.

Desde o princípio, esses assentamentos se constituíram tomando terras palestinas, sejam privadas ou estatais (ou assim declaradas pelo Estado ocupante, Israel), às vezes vagarosamente, às vezes abruptamente. Isso é realizado normalmente através de um engenhoso sistema que utiliza medidas de segurança que inviabilizam o acesso à terra e leis otomanas de confisco de terras não cultivadas durante três anos. As terras pertencentes a Abd Al-Hasib não ficaram imunes a esse processo de desapropriação.

Localizadas adjacente ao assentamento de Qiryat Arba, cuja população atual gira em torno de oito mil habitantes, suas terras também sofreram o mesmo processo de desapossamento a quais tantos outros palestinos estão sujeitos. De seus originais 21 dunums de terras, restam-lhe apenas 4 dunums (1 dunum = 1.000 m²). Como também em tantos outros casos, o motivo declarado pelas autoridades israelenses foi a proteção dos assentamentos através da criação de área de isolamento que provesse uma espécie de faixa de segurança para as instalações desse, como a escola para as crianças dos colonos que fica próxima às terras de Abd Al-Hasib.

Essas medidas de segurança foram impostas a custas da propriedade privada de um idoso inofensivo, sem que lhe fosse dado qualquer compensação pelas perdas, o que deveria ser a prática em qualquer sociedade sob o estado de direito. Ao contrário, os próprios assentamentos que provocaram essa destituição forçada é que estão em flagrante violação com as leis internacionais, de acordo com a Quarta Convenção de Genebra, segundo a qual é ilegal a transferência de uma população para territórios ocupados pela força ocupante.

Mais de 100 assentamentos israelenses foram erguidos desde 1967 na Cisjordânia, para os quais foram construídos em meio a um território alheio rodovias, sistemas de canalização de água, redes de luz e eletricidade... aos quais a população local, os palestinos, tem pouco ou nenhum acesso.

A partir de 1994, durante o processo de Oslo, foi estabelecido que a Cisjordânia seria divida em Áreas A, B e C. As áreas consideras A estariam  dali em diante sob controle total da Autoridade Nacional Palestina, também uma criação dos mesmos acordos, pelo menos em tese.

Já as áreas consideradas C (quase 2/3 da Cisjordânia) permaneceriam sob controle total israelense, sendo as Áreas B um misto das duas: controle civil palestino e militar israelense. Do mesmo modo que tantas outras nas imediações de assentamentos, as terras de Abd Al-Hasib caíram dentro da Área C. Isso significou que qualquer construção realizada dali em diante necessitaria da aprovação das autoridade militares israelenses.

Como regra geral, é praticamente impossível para um palestino conseguir permissão para construir nessa área, não restando outra opção a não ser fazê-lo ilegalmente. Ordens de demolição são emitidas pouco tempo depois do término das construções e, após o esgotamento de todos os recursos possíveis, aos quais a grande maioria sequer tem acesso, vem a demolição de fato.

Assim foi com a casa que Abd Al-Hasib construiu em suas terras em fins da década de 1990, demolida pouco tempo depois de sua construção, no ano de 2000. A retirada forçada de sua casa pelos soldados e policiais israelenses resultou em algumas seqüelas, principalmente em seu braço direito, quebrado por aqueles enquanto resistia à remoção forçada.

Seu filho buscou então uma solução para seu pai que insistia e ainda insiste em permanecer vivendo em suas terras até o dia que morrer. Comprou para ele um ônibus quebrado de uma companhia de Beit Sahur por 400 shekels para que pudesse continuar ali. Não sendo uma construção, o ônibus não está sob a ameaça de demolição pelas autoridades israelenses. Já há 10 anos, vive o idoso Abd Al-Hasib em seu ônibus, cerca de 20 metros de sua antiga casa demolida.Busdovelho

As condições dentro dessa residência, o ônibus, são consideravelmente austeras. Não há água encanada, nem banheiro. Há apenas alguns colchões, uma televisão, um rádio e um fogão a gás simplíssimo. Algumas janelas do ônibus estão quebradas ou faltando, o que durante o inverno torna as condições ali difíceis de serem suportadas. Adjacente ao ônibus encontra-se a árvore onde o idoso passa a maior parte do tempo. À primeira vista é possível pensar que alguém vivendo nessas condições sinta-se miserável e infeliz, mas não é o caso de Abd Al-Hasib:

“Eu tenho tudo aqui: pão, água. Eu prefiro viver aqui do que em um hotel cinco estrelas,” diz ele apontando para o que mantém próximo ao alcance de suas mãos.

O insistente idoso permanece firme em sua terra, temendo que, caso a deixe, ela seja incorporada ao assentamento adjacente de Qiryat Arba. Os colonos dali costumavam importuná-lo regularmente até que foi erguida uma cerca há oito anos. Entretanto, a mesma lhe barrou o acesso a maior parte de suas terras, restando apenas menos de um quinto do que tinha anteriormente. Ainda assim, esse exíguo lote de terra é visado por aqueles que desejam usá-lo para expansão do assentamento.

Alguns anos atrás um advogado veio até ele interessado em comprar suas terras e ofereceu-lhe um altíssimo valor por elas. Inicialmente, foi oferecido em torno de 30.000 dinares jordanianos por cada dunum de terra (um dinar jordaniano costuma valer entre 2 a 2,5 reais).

Suspeitando algo estranho, Abd Al-Hasib continuou negociando e conseguiu aumentar o valor para 100 mil dinares por dunum. Finalmente ele disse que não venderia a terra, já que sabia que tal preço só poderia ser pago por colonos ideológicos interessados na expansão do assentamento próximo. Então, disse que toda sua terra junta não valia 10 mil dinares jordanianos e expulsou o advogado dali.

Inicialmente, sua mulher lhe fazia companhia morando com ele no ônibus. Porém, há cerca de oito meses teve que se retirar dali por causa de problemas de saúde que praticamente a imobilizaram. Ela vive agora na casa do filho, há poucas centenas de metros dali. Agora resta apenas o velho solitário, sentado debaixo de sua árvore ou dormindo dentro de seu ônibus.

“Eu sou como um rei aqui na minha terra. Eu tenho uma TV e posso ouvir no rádio Umm Kulthum (famosa cantora egípcia). O rei da Jordânia não poderia vir aqui e viver aqui, pois precisaria de seus guarda-costas. Eu tenho só um protetor: Deus”, afirma.

Resoluto em terminar seus dias sobre o chão que legitimamente  lhe pertence, o idoso Abd Al-Hasib Atta Zaloum resiste firme ao que é apenas um exemplo do lento avanço do processo de desapontamento que ocorre na atualidade em toda a Cisjordânia. Ao contrário do habitualmente veiculado pela mídia, não é violência a principal arma da maioria dos palestinos em sua longa luta contra quase 45 anos de ocupação, mas sim a paciente persistência como a do velho em seu ônibus.

Por: Gabriel Matyias Soares, brasileiro, um observador ecumênico em Hebron.

Fonte:  ALC

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31 de agosto de 2011

As águas de agosto

O mês de agosto de 2011 será lembrado pelos catarinenses, como um dos meses mais chuvosos dos últimos tempos, especialmente na faixa leste do estado, do Planalto ao Litoral, onde a chuva foi o dobro e até o triplo do esperado quebrando recordes de 24h e mensais em vários municípios. A Defesa Civil de Santa Catarina registrou desde a última segunda-feira (29), ocorrências em diversos municípios catarinenses causados pelas chuvas, ventos fortes e granizo.

Foi um mês marcado pela presença da umidade e da instabilidade devido a posição do jato subtropical (ventos fortes em altos níveis da atmosfera), que manteve o canal de tempestade em cima do nosso Estado, o que favoreceu a atuação e intensificação de frentes frias e sistemas de baixa pressão. Foi tambéchuvasm um mês, em que os temporais com ventania, granizo e muita atividade elétrica (raios), característica mais frequente na primavera, causaram destruição em SC. Foram poucos dias de sol, consecutivos entre 1 e 4 dias, dependendo da região do estado.

Mais de 260 mil pessoas já foram afetadas pelos temporais no Estado, conforme relatório divulgado pela Defesa Civil. O número de municípios em situação de emergência também subiu: já são 12; os últimos a emitir o decreto foram Alfredo Wagner, Bom Jesus e Vítor Meireles. Nesta quarta-feira, a Defesa civil presta atendimento às famílias atingidas e começa a contabilizar os recursos para a reconstrução das cidades.

 
As chuvas, granizo e ventos fortes deixaram mais de 6 mil desalojados e 800 desabrigados em Santa Catarina. Dos 66 municípios afetados, Anchieta e Formosa do Sul, atingidos por granizo, decretaram Estado de Calamidade Pública. O Oeste foi a região que teve sua infraestrutura mais comprometida, segundo informações do diretor da Defesa Civil Estadual, major Márcio Luiz Alves.

Análise feita com base nas estações meteorológicas ativas monitoradas pela Epagri e INMET mostram os seguintes dados:

Quebra de recorde de 24h:

Lages: acumulado de 113,3mm, sendo o recorde anterior 2006 (88,6mm);

Matos Costa: acumulado de 87,0mm, sendo o recorde anterior 1997 (76,0mm);

Campos Novos: acumulado de 141,8mm, sendo o recorde anterior 2006 (104,2mm);

Florianópolis: acumulado de 92,1mm, sendo o recorde anterior 2005 (90,1mm).

Quebra de recorde mensal:

Blumenau: acumulado de 342,4 mm, sendo o maior acumulado desde que a estação meteorológica foi instalada;

Indaial: acumulado de 334,5 mm, superando o de 1998(307,3mm);

Itajaí: acumulado de 336,6 mm, superando o de 1984 (295,8);

Joinville: acumulado de 366,1 mm, superando 1998 (302,5);

Ituporanga: acumulado de chuva de 355,0 mm, superando o ano de 2002 (197,6 mm);

Lages: acumulado de 373mm, superando o ano de 1965 (320,5mm);

São Joaquim: acumulado de 372,9 mm, perdendo apenas para o agosto de 1965 (504,1mm);

Major Vieira: acumulado de 352,0 mm, superando 1998 (271,8 mm);

Matos Costa: acumulado de 335mm, superando 1998 (270,2mm);

Campos Novos: acumulado de 392,8mm, considerando o primeiro local da instalação da estação meteorológica o recorde foi em 1928 (485,4mm);

Florianópolis: com o maior acumulado do Estado de 425,3 mm, sendo o maior acumulado desde que a estação meteorológica foi instalada.

Fonte: Epagri/Ciram

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28 de agosto de 2011

Perguntas e Respostas

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo de informar o eleitor quanto ao funcionamento do processo eleitoral brasileiro, lançou a cartilha Perguntas e respostas – Guia do Eleitor, elaborada pela Assessoria de Imprensa e Comunicação Social da Corte.

A publicação tem um capítulo que esclarece as formas de exercício direto da soberania popular plebiscito e referendo, e explica as nuances de cada um. “A diferença principal entre os dois institutos é que o plebiscito é uma consulta prévia feita à população sobre a possibilidade de se adotar uma lei ou um ato administrativo, de modo que os cidadãos possam aprovar ou rejeitar as opções que lhe são propostas. O referendo é uma consulta feita à sociedade após aprovação de uma lei ou um ato administrativo, cabendo à população aceitar ou não a medida”, diz o texto.guiaeleitor

O guia aborda, ainda, conceito e informações sobre partido político: regras para a criação de partido, filiação e desfiliação partidária, fundo partidário, entre outros. “Partido político pode ser definido como uma entidade formada pela livre associação de pessoas, com uma ideologia em comum, cujas finalidades são assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e defender os direitos humanos fundamentais”, esclarece a publicação.

Mais temas de interesse do eleitor são tratados no guia: votação no exterior, propaganda eleitoral, conduta vedada a agentes públicos, coligação e convenção partidária, justificativa eleitoral e informações sobre eleitores e candidatos.

Clique aqui para conhecer a cartilha.

Fonte: TSE

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