17 de dezembro de 2010

Site para participar de pesquisas médicas com humanos

O Ministério da Saúde lançou uma página na internet, Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (Rbec), que permite acesso a informações sobre pesquisas clínicas com seres humanos em andamento no País. O site, que foi lançado na quinta-feira (16), é o primeiro cadastro nacional de acesso público com dados desse tipo.

 

Pelo site será possível recrutar voluntários interessados em participar dos testes de novos tratamentos e remédios. Até agora, as pesquisas com seres humanos feitas no Brasil eram registradas em cadastros estrangeirRbecos, em geral em língua inglesa, o que dificultava o acesso da população e, também, a divulgação em revistas científicas. O site do ministério é trilíngue (português, espanhol e inglês) e também permite o registro de pesquisas estrangeiras.

A iniciativa é uma parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A expectativa é registrar 200 estudos por ano.

Fonte: Agência Brasil

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16 de dezembro de 2010

Papai Noel ou São Nicolau?

Crianças do planeta conhecem o Papai Noel, figura caricata impulsionada pela Coca Cola mundo afora, mas sequer sabem que na Ásia Menor viveu, no final do século III, um bispo, São Nicolau, santo precursor dessa figura inventada pelo marketing para incentivar vendas no período natalino.

Católicos da região de Nordrheinwestphalen, Alemanha, abriram a campanha “Zona de Livre de Papai Noel”, para fazer frente ao concorrente, que tem todo o apoio publicitário, do “bom velhinho” a proclamar “ho, ho, ho” pelos céus, movido pelo seu trenó mágico, e valorizar São Nicolau, que foi um verdadeiro bem feitor de seu tempo.

Jovens da diocese entraram na campanha, mas a partir de um outro viés. Eles trabalham na conscientização da sociedade sobre produção de cacau em países do Terceiro Mundo sob condições desumanas e de violação de direitos trabalhistas.SaoNicolau

O comércio de chocolate é grande no inverno alemão. “Nesse período pré-natalino e de consumo elevado, as pessoas não se dão conta da procedência do chocolate”, disse a coordenadora da União da Juventude Católica da Alemanha, Alexandra Horster. Em Gana, na África, fazendas exploram crianças na colheita do cacau.

Fabriciano Sigampa, bispo de Resistencia, capital da Província do Chaco, também empreende batalha contra Papai Noel, alegando que ele faz “concorrência direta” com Jesus. O bispo pede aos pais que contem a verdade às crianças sobre essa farsa. Para evitar conflitos com o bispo, comerciantes de Resistencia evitam o uso da imagem do Papai Noel nas vitrinas.

O Dia de Santa Klaus é lembrado na Alemanha no dia 6 de dezembro, mas seu destaque na sociedade é ínfimo, comparado ao seu concorrente direto, o Papai Noel. Historiadores aceitam que Nicolau nasceu em berço de família rica, na localidade de Petras, hoje Turquia, na segunda metade do século III, e falecido em 6 de dezembro de 342.

Cedo ele perdeu os pais, herdou fortuna, palacete, aproximou-se de seu tio, bispo de Patara, e, ainda jovem, foi ordenado sacerdote. Distribuiu a fortuna aos pobres e abrigou pessoas sem-teto e marginalizadas no palacete que ganhara. Empenhou-se para que essas ações de caridade fossem realizadas de forma anônima.

No reinado do imperador Diocleciano (284-305), que perseguiu os cristãos, Nicolau foi preso, libertado mais tarde, com a ascensão ao poder de Constantino, o Grande. Constantino convocou o Concílio de Nicéia, em 325, do qual Nicolau participou já na qualidade de bispo.

Muitas histórias foram atribuídas a Nicolau, sem que se possa distinguir, hoje, quais são mito, quais são reais. De uma oferta de moedas de ouro a um comerciante falido de Mira, colocadas num pé de meia, nasceu a tradição de se colocar meias junto a janelas e lareiras nas quais pais depositam guloseimas ou presentes aos seus filhos.

Vários milagres foram atribuídos a Nicolau, desde o santo timoneiro que assumiu um barco em plena tempestade em alto mar, salvando todos os seus ocupantes, até a distribuição de grãos graças à generosidade de comerciante italiano, que vira em sonho pedido do bispo. Habitantes de Mira enfrentavam, então, grande seca e período de fome.

Certo é que ele ajudou crianças pobres e órfãs. Ele é o protetor dos marinheiros, dos padeiros e amigo das crianças. Muito querido na Igreja Ortodoxa, que dedica-lhe a liturgia do último domingo do ano, no calendário Juliano. Nicolau é o santo padroeiro da Rússia, da Grécia, da Noruega, dos estudantes em Portugal, e patrono dos guardas noturnos na Armênia.

Em 1807, quando a província de Lícia foi devastada, contam que um padre em Bari recebeu em sonho ordem de São Nicolau para trasladar seus restos mortais da Ásia Menor à Itália. Tirados de Mira, 62 soldados de Bari trouxeram os restos mortais do bispo para a cidade italiana, onde dá nome, inclusive, ao estádio de futebol.

O reformador Martim Lutero introduziu o costume de presentear as crianças no dia de Natal. São Nicolau, ou Santa Klaus, também motiva a oferta de presentes, no dia 6 de dezembro. Dizem que Nicolau presta ajuda a todas as pessoas necessitadas que a ele se dirigem em oração. Certo é que ele nada tem a ver com os “ho, ho, ho” publicitários.

Fonte: ALC

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15 de dezembro de 2010

Condomínios: segurança deve ser redobrada no período de férias

O período de férias é um momento de descanso e afastamento das rotinas diárias. No entanto, essa tranqüilidade pode se transformar em problemas se algumas providências não forem tomadas. Diariamente, é possível acompanhar através dos noticiários, os fatos lamentáveis de criminalidade que assolam a comunidade.

Os condomínios, dos mais simples aos de alto padrão, também têm sido alvos de assaltos, arrombamentos, furtos e invasões. Preocupado com essa questão, já que número desse tipo de empreendimento também é crescente em Chapecó, o presidente do Sindicato do Mercado Imobiliário do Oeste de Santa Catarina (Secovi-Oeste/SC), Paulo Jorge Lise, orienta ações a serem adotadas para garantir maior segurança entre os moradores.condom

Lise destaca que, dentre as ações importantes a serem desenvolvidas por síndicos e administradores, está a organização e manutenção de adequados e eficientes sistemas de segurança. Outra dica é que os vigilantes sejam orientados a estarem sempre alertas durante o expediente e criar o hábito de não transmitir informações sobre moradores do condomínio, utilizar de forma correta os meios de segurança existentes, conhecer a localização do telefone público mais próximo para emergências, permitir a entrada de prestadores de serviços em horários pré-determinados e com identificação, não ficar na calçada com as chaves da portaria no bolso e ao atender entregadores de encomenda ou prestadores de serviços, manter os portões fechados. “São atitudes que parecem simples, porém, eficazes”, declara.

Mas só isso não basta. Os moradores devem estar conscientes da sua parcela de responsabilidade com a questão segurança. Aos condôminos cabem alguns cuidados básicos como: não esquecer a porta sem trancar, obter informação de antecedentes de empregados domésticos, não permanecer em horários impróprios do lado de fora da portaria, manter veículos fechados, com alarme acionado e não deixar roupas, equipamentos eletrônicos e documentos dentro do veículo. Também é importante informar ao zelador sobre grandes períodos de afastamento (férias, por exemplo) e proibir acesso de estranhos durante o período.

Fonte: MARCOS A. BEDIN

MB Comunicação Empresarial/Organizacional

mb@mbcomunicacao.com.br

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14 de dezembro de 2010

O camelô da palavra

Plínio Marcos trabalhava como palhaço de circo quando leu no jornal que um adolescente, preso por pequeno delito, fora violentado na cadeia por outros quatro prisioneiros, mortos, um a um, pelo rapaz, ao serem libertados. Chocado com o episódio, Plínio só conseguiu se libertar da angústia escrevendo uma peça, Barrela, que imaginou representada pelos atores do circo. O diretor leu a peça e respondeu que nem em sonhos levaria ao público um texto como aquele.


Pouco antes disso, Plínio conhecera a atriz Patrícia Galvão, que procurava um ator para a montagem da peça infantil Pluft, o fastasminha. Indicado por um conhecido, Plínio conseguiu o papel. A convivência com Patrícia Galvão, a Pagu, foi um deslumbramento na vida do rapaz que, na escola, tinha sido péssimo aluno, a ponto de levar dez anos - o dobro do tempo normal - para concluir o então chamado curso primário. Com Patrícia, Plínio descobriu o prazer de aprender: todo domingo, a atriz lia uma peça para seus companheiros de elenco e Plínio apresentou Barrela à atriz,que considerou o texto assombroso, coisa de um novo Nelson Rodrigues.PlinioMarcos

Na década seguinte, o novo e surpreendente autor teatral colecionou prêmios: entre muitas distinções, oito prêmios Molière, sete como melhor autor do ano, uma premiação especial. Plínio Marcos nasceu em Santos, interior de São Paulo, em 1935.Teve uma infância modesta, mas tranquila, num bairro popular, até que entrou para a escola e foi um desastre. O pai, preocupado, tentou ensinar-lhe um ofício. Plínio optou por ser funileiro, mas achou mais divertido trabalhar no circo.


Com a ajuda de Pagu, Barrela foi montada, em 1959, no Rio de Janeiro, mas proibida pela censura um dia depois da estreia. Navalha na carne, encenada por Tônia Carreiro, Nelson Xavier e Emiliano Queirós, e Dois perdidos numa noite suja também tiveram suas carreiras cortadas pela censura, durante a ditadura militar. Mas nada disso impediu que Plínio Marcos escrevesse mais de 30 peças, a maioria com personagens do submundo, prostitutas, rufiões, ladrões, a marginalidade pobre, pela primeira vez personagem do teatro brasileiro. Personagens magistralmente criados, desejados por atores e atrizes que, com eles, podem colocar em prática suas qualidades e recursos. O que este teatro não deu foi vida mansa ao seu autor que, para sobreviver, muitas vezes teve de vender seus livros pessoalmente, nas estações de metrô, saídas de teatro, bares. O que ele fazia com alegria, considerando-se um camelô da palavra. O camelô rebelde morreu em São Paulo, em 1999, mas sua palavra continua em carne viva.

Fonte: Livro 100 Brasileiros (2004)

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13 de dezembro de 2010

Chikungunya causa febre e dores intensas

O Programa Nacional de Controle da Dengue, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, passa a fazer a vigilância e o controle da febre de chikungunya – doença causada por vírus, que pode infectar humanos por meio da picada do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, e também pelo Aedes albopictus. Originária do Sudeste Asiático e de alguns países da costa Leste Africana, chikungunya é menos grave que a dengue e se caracteriza por febre alta e dores intensas nas articulações de mãos e pés.


A doença só pode ser transmitida pela picada do mosquito infectado. Não há transmissão de uma pessoa para outra. O nome chikungunya significa “aqueles que se dobram” e tem origem no swahili, um dos idiomas oficiais da Tanzânia, onde foi documentada a primeira epidemia da doença, entre 1952 e 1953. Refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos nos serviços de saúde.


No Brasil, os três primeiros casos, todos importados, foram identificados em 2010: dois homens que estiveram na Indonésia – um de 41 anos, do Rio de Janeiro, e outro de 55 anos, de São Paulo; e uma mulher de 25 anos, também de São Paulo, que esteve na Índia. Todos estão recuperados. Os casos foram informados à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e à Organização Mundial da Saúde (OMS).


Um dos pacientes de São Paulo (homem de 55 anos) chegou ao Brasil depois do período de transmissão, que é de até cinco dias após o início dos sintomas. Durante esta fase, se o mosquito picar o doente, poderá se infectar e passará a ser capaz de transmitir o vírus a outras pessoas. Os outros dois pacientes chegaram ao país dentro desse período. Medidas de eliminação de focos do mosquito foram intensificadas nas áreas próximas à residência e ao local de atendimento de ambos.


De acordo com Giovanini Coelho, coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, até o momento, não existe transmissão autóctone do vírus no país – quando a pessoa se infecta dentro do território nacional.
No último dia 6 de dezembro, técnicos do Ministério da Saúde reuniram-se com representantes das sociedades brasileiras de Medicina Tropical, Medicina de Viagem, Clínica Médica, Reumatologia, Pediatria e Geriatria para discutir as medidas que serão adotadas na rede de saúde para aprimorar a vigilância da doença. Nas próximas semanas, deverá ser divulgado um guia de vigilância e manejo clínico de pacientes com suspeita de chikungunya, em parceria com sociedades científicas e representantes das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.


Os principais sintomas de chikungunya são febre acima de 39 graus, de início repentino, e dores intensas nas articulações de pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. A suspeita aumenta se a pessoa que apresenta esses dois sintomas tiver histórico recente de viagem às áreas nas quais o vírus circula de forma contínua (leia mais abaixo). Podem ocorrer, também, dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele.Chikungunya


Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e sintomas tendem a ser mais intensos em crianças e idosos. Além disso, pessoas com doenças crônicas têm mais chance de desenvolver formas graves da doença. A pessoa que tem chikungunya fica imune a uma nova infecção pelo vírus. O vírus só é detectado em exames de laboratório, que podem ser realizados na rede pública de saúde. O laboratório de referência nacional é o Instituto Evandro Chagas, localizado em Belém (PA).


Assim como na dengue, não há vacina nem tratamento específico para chikungunya. São tratados os sintomas, com medicação para a febre (paracetamol) e as dores articulares (anti-inflamatórios). Se os sintomas surgirem, as pessoas devem procurar a unidade de saúde mais próxima imediatamente. Recomenda-se repouso absoluto ao paciente, que deve beber líquidos em abundância. E, fundamentalmente, as pessoas não devem tomar medicamentos por conta própria. A automedicação pode mascarar sintomas, dificultar o diagnóstico e agravar o quadro do paciente.


Em geral, chikungunya é de baixa gravidade e as mortes são raras. Em 2006, na Índia, 1,3 milhão de casos foi registrado, sem nenhuma morte reportada. As pessoas costumam se recuperar em até dez dias após o início dos sintomas. No entanto, dores e inchaços nas articulações podem perdurar por alguns meses. Nesses casos, é necessário acompanhamento médico. Além do Aedes aegypti, o mosquito Aedes albopictus também pode transmitir chikungunya. Como chikungunya é transmitida por mosquitos, é fundamental que as pessoas reforcem as medidas de eliminação dos criadouros das espécies. Elas são exatamente as mesmas para o controle da dengue: basicamente, não deixar acumular água em recipientes e, se tiverem que armazenar água, manter sempre tampados tambores ou caixas d’água, para que não se transformem em criadouros do mosquito.

No Brasil, a notificação de casos da doença é obrigatória e imediata (em até 24 horas), regulamentada pela portaria 2.472/2010. Qualquer estabelecimento de saúde, público ou privado, deve informar a ocorrência de casos suspeitos às Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, que notificam o Ministério.

Fonte: Portal da Saúde

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12 de dezembro de 2010

Ho, ho, ho. O planeta vai pro brejo!

O planeta Terra terá que suportar demandas de matéria-prima extraídas da natureza para dar conta da produção dos presentes que serão distribuídos na festa do Papai Noel deste ano. Estudo da "Worldwatch" indica que o mundo extrai da Terra, a cada dia, o equivalente a 112 edifícios Empire State, localizado em Nova Iorque.

Em 2006, mostra o estudo "Estado do Mundo 2010", a humanidade gastou 30,5 trilhões de dólares em bens e serviços, seis vezes mais do que os 4,9 trilhões gastos em 1960. "Parte desse aumento é resultante do crescimento populacional, mas o número de seres humanos cresceu apenas a uma razão de 2,2 entre 1960 e 2006", informa o documento.

Entre 1960 e 2005, a produção de metais cresceu seis vezes, a de petróleo oito e o consumo de gás natural 14 vezes. No total, 60 bilhões de toneladas de recursos são extraídos anualmente da natureza, cerca de 50% a mais do que há 30 anos. Só em 2008, pessoas adquiriram 68 milhões de veículos, 85 milhões de geladeiras, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de celulares!noel

O Indicador de Pegada Ecológica, que compara o impacto ecológico humano com a quantidade de terra produtiva e área marítima disponíveis para o abastecimento de ecossistemas centrais, aponta que a humanidade está usando um terço a mais da capacidade da Terra do que ela efetivamente possa dispor, afetando a regeneração dos ecossistemas, fundamentais para a espécie humana.

"Apenas nós, seres humanos, produzimos resíduos que a natureza não consegue digerir", declarou o oceanógrafo Charles Moore ao se deparar com montanhas de lixo plástico vagando pelo Oceano Pacífico, em 1997. No mundo atual, com 6,8 bilhões de habitantes, os padrões de consumo moderno, mesmo em níveis básicos, não são sustentáveis.

Os 65 países de renda mais elevada foram responsáveis, em 2006, por 78% dos gastos com consumo, embora abrigassem apenas 16% da população mundial. Naquele no, cada estadunidense gastou 32,4 mil dólares, equivalente a 32% dos dispêndios globais de apenas 5% da população mundial! Se todos vivessem nesse padrão, a Terra poderia sustentar apenas 1,4 bilhão de pessoas.

O "Estado do Mundo 2010" remete à pesquisa de 2008 sobre gastos no Natal em 18 países com a aquisição de presentes e eventos sociais. Irlandeses despenderam então, em média, 942 dólares, ingleses 721 dólares e estadunidenses 581 dólares. Embora apenas 2% dos japoneses sejam cristãos, o Natal é comemorado no país com generosas entregas de presentes, onde a data é feriado, inclusive.

A mídia é uma importante instituição social de estímulo ao consumismo, uma vez que representa uma ferramenta poderosa na transmissão de símbolos, normas, costumes, mitos e histórias culturais. A cada hora adicional de televisão a que as pessoas assistem semanalmente, elas gastam 208 dólares a mais na aquisição de bens e serviços, mesmo que tivessem menos tempo diáiro para usá-las.

A indústria que produz alimentos e produtos para animais de estimação empreendeu mais de 300 milhões de dólares em publicidade, em 2005, nos Estados Unidos. Só com ração animal, essa indústria fatura 42 bilhões de dólares/ano no mundo, recorrendo à "humanização" dos animais. O fast-food movimenta 120 bilhões de dólares nos Estados Unidos, em 200 mil restaurantes. Só o McDonald's atende 58 milhões de pessoas, em 118 países.

Resultado: 1,6 bilhão de pessoas no planeta apresenta sobrepeso ou são obesas, fator responsável pela diminuição da qualidade de vida desse grupo. O estudo da organização Worldwatch defende uma mudança cultural profunda porque "neste planeta finito, definir sucesso e felicidade através de quanto uma pessoa consome não é sustentável".

O governo brasileiro concedeu incentivo à indústria automobilística no ano passado, em virtude da crise econômica global. O mesmo ocorreu nos Estados Unidos, nos anos 40 do século passado, após o término da Segunda Guerra Mundial, que mobilizara uma potente economia de guerra, mas sem mercado após o conflito.

Uma solução foi canalizar a produção voltada à guerra para outros setores. Em 1955, o economista Victor Lebow argumentava: “Nossa economia, tremendamente produtiva, exige que façamos do consumo nosso modo de vida, que convertamos a compra e o uso de produtos em rituais, que busquemos no consumo a satisfação espiritual e do ego”.

O crédito foi facilitado via prestações mensais. A introdução do cartão de crédito ampliou ainda mais esse leque de facilidades.  Os produtos passaram a ser projetados para terem menor durabilidade ou sair de moda – a obsolescência física e psicológica. Os gastos globais com publicidade alcançaram 643 bilhões de dólares em 2008. Empresas destinam 1% do produto mundial bruto para vender seus artigos.

Worldwatch defende a mudança dos sistemas culturais para tentar salvar o planeta da falência e ganhar sustentabilidade. O ativista Gary Gardner, da organização, propõem que instituições religiosas se engajem nessa luta, disseminando culturas de sustentabilidade e de bloqueio do consumismo desenfreado.

Para prevenir o colapso da civilização humana, alerta o pesquisador Erik Assadourian, autor do capítulo “Ascensão e queda das culturas de consumo” no documento “Estado do Mundo 2010”, “é necessário nada menos do que uma transformação generalizada de padrões culturais dominantes”.

Essa transformação, sugere o autor, “rejeitaria o consumismo – a orientação cultural que leva as pessoas a encontrar significado, satisfação e reconhecimento através daquilo que consomem – que seria tido, então, como um tabu, e criaria em seu lugar um novo arcabouço cultural centrado na sustentabilidade”.

Assadourian sugere a recuperação ecológica como o principal mote da humanidade. No novo significado cultural construído, passaria a ser “natural” encontrar valor e sentido na vida através do quanto uma pessoa ajuda a recuperar o planeta, “e não de acordo com o que esse indivíduo ganha, o tamanho de sua casa, ou quantos utensílios ele tem.”

Por: Edelberto Behs/ALC

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