27 de março de 2010

Possibilidades e alternativas em energias sustentáveis

Uma das formas de se resolver os problemas ambientais é rever uma boa parte da matriz energética utilizada até o momento. Por essa razão surgiu o desenvolvimento das energias alternativas ou renováveis, que são obtidas de fontes naturais. No Brasil existem diversas alternativas para adoção de energias sustentáveis. As energias alternativas têm o potencial de atender a maior parte da demanda crescente por energia, porém, o grande desafio é a adequação a necessidade do produtor.

Nesta entrevista, o PhD em engenharia química pelo MIT - Massachusetts Institute of Technology, Sergio Trindade, palestrante do recém-encerrado AgroGestão, fala sobre o potencial da energia eólica no Brasil, fala sobre as possibilidades e alternativas de energias sustentáveis no país. Trindade foi co-laureado com o Prêmio Nobel da Paz de 2007, como membro do Painel Internacional de Mudança Climática – IPCC, é consultor internacional em meio ambiente, energia e negócios baseados em tecnologia, além de ser um dos maiores especialistas internacionais em energia alternativaSergioTrindade

A Energia Eólica é uma boa alternativa?

Sérgio TrindadeNo Brasil a energia eólica é mínima, existe no Rio Grande do Sul e no Ceará, alguns megawats. No ponto de vista global é a energia cujo custo está mais próximo da energia convencional. Em outras palavras, é a alternativa que mais se aproxima de um custo competitivo, mas ainda está longe do ideal.

Quais são os países que mais utilizam a energia eólica?

Trindade A Dinamarca e a Alemanha são os países que mais utilizam, sendo 20% e 10%, respectivamente, da energia que o país consome. Evidente que isso acontece porque existem apoios e incentivos para a implantação desses projetos que possuem alto custo.

O Brasil possui tecnologia para desenvolver esses equipamentos?

Trindade O Brasil não possui essa tecnologia. Os principais nesse ramo são Dinamarca e Alemanha, mas eu cito a Espanha e os Estados Unidos também como principais. No Brasil, quando a Petrobrás implanta, utiliza equipamentos importados.

O Etanol brasileiro é um caso de sucesso?

Trindade O etanol, no caso brasileiro, já é competitivo com a gasolina. Na verdade, o etanol brasileiro é o único do mundo, a única fonte de energia alternativa que compete de igual para igual com o petróleo. Todos os outros, inclusive a energia eólica ainda não são competitivos.

O que acontece quando falta Etanol no mercado brasileiro?

Trindade Os principais players mundiais na produção de açúcar são: União Europeia, Brasil, Índia, Austrália e Tailândia. O que acontece é que a safra de cana de açúcar da Índia depende do regime de chuvas derivado das monções, que são fenômenos naturais que acontecem todos os anos naquela região durante os meses de junho até outubro. Quando essas monções falham, e é preciso dizer que a agricultura da Índia não é irrigada, portanto depende da chuva, então falha a safra. O problema é que houve duas safras seguidas de falhas nas monções e isso é uma oportunidade para o Brasil exportar açúcar num bom preço. No caso brasileiro é possível arbitrar a produção entre etanol e açúcar e ganhar mais dinheiro no curto prazo, mas por consequência, resulta na redução da produção do etanol.

Em função da falta de álcool, a população acaba não podendo contribuir com a diminuição das emissões, como fica essa situação?

Trindade – A gasolina brasileira é uma mistura de 25% de etanol, então ao usar gasolina você está contribuindo com a sustentabilidade. Aliás, os carros chamados Flex aqui, do ponto de vista nacional, podem não serem otimizados. Os carros flex podem usar uma variação de combustíveis, mas você não pode otimizar o motor para todas as composições de combustível. Como a composição é definida pelo usuário, as fábricas não tem como otimizar o motor para todas as combinações possíveis. Então o que acontece é que normalmente o proprietário abastece o carro só com álcool, e o carro provavelmente não está utilizando adequadamente. Ele está utilizando mais álcool do que precisava, o que no país como um todo representa disperdício, e o disperdício nunca é bom para a sustentabilidade.

Os biodigestores são uma boa opção para pequenos agricultores?

Trindade – Você tem tecnologia de biodigestores de todos os preços, vai depender do grau de tecnologia que você vai escolher. Em outras palavras, a tecnologia tem que ser ajustada ao poder de compra do usuário, então acho que a ideia é positiva, porque você utiliza o que se chama de desperdício em matéria prima, isso é bom para a sustentabilidade. O que precisa acontecer é a adequação a necessidade do usuário, porque muitas vezes o GLP (conhecido como gás de cozinha) é mais barato e prático, então tem que ter um sistema que satisfaça integralmente o usuário. Do contrário não vai dar certo.

Fonte: MARCOS A. BEDIN

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22 de março de 2010

Cenário para 2010 é de recuperação global da economia

Oportunidades de exportação aberta ao agronegócio e a crescente massificação do mercado interno para produtos industriais, são duas alavancas fundamentais de desenvolvimento brasileiro. Um dos mais prestigiados economistas do Brasil, José Roberto Mendonça de Barros, foi o palestrante que marcou o encerramento do Agrogestão – Congresso Nacional de Gestão do Agronegócio - nesta semana, no Centro de Cultura e Eventos em Chapecó. Com o tema “A economia brasileira e o Agronegócio”, ele apontou que haverá recuperação econômica em vários países do mundo em 2010, especialmente no Brasil, que no ano passado sofreu com a crise internacional.

Depois da crise, explicou Mendonça de Barros, três grupos de países se depararam com perspectivas diferenciadas. Alguns, especialmente da Ásia, passaram pela turbulência e projetam um futuro promissor. Para o Brasil, as projeções revelam crescimento de 6% neste ano. A recuperação econômica deve aquecer a demanda interna, o que é positivo para o setor de alimentos em geral. No entanto, a previsão é de que a inflação deve subir. Além do Brasil, a China, a Indonésia e a Índia, que fazem parte do mesmo grupo, mantém crescimento acelerado, mas com riscos de inflação.mendoncadebarros

Mendonça de Barros explicou que a elevação da demanda de alimentos decorrentes da incorporação de centenas de milhões de pessoas ao mercado de trabalho, bem como a enorme demanda por energia e outros produtos sustentáveis, representam uma extraordinária oportunidade para o Brasil. Para ele, o aproveitamento destas oportunidades de exportação aberta ao agronegócio e a crescente massificação do mercado interno para produtos industriais, são duas alavancas fundamentais de desenvolvimento brasileiro. “Precisamos aproveitar essas oportunidades”.

O grupo que envolve os Estados Unidos, a Alemanha e a França, continua sofrendo os impactos da crise internacional. Porém, apesar de lento, vem apresentando crescimento econômico sustentável. O terceiro grupo é o de países que ainda continuam abalados pela crise (Inglaterra, Espanha, Itália, Japão, México, Argentina e Venezuela). “O Japão está há 20 anos estagnado. É um país rico, mas sem investimentos, com população reduzida e com medo do futuro”, exemplificou.

A situação da Zona do Euro também esteve em destaque durante a palestra. Foi apresentado o caso da Grécia, que é um país importante para a continuidade da união monetária europeia. Uma possível deficiência na Grécia também ameaça outros países da região, tanto quanto ao sistema bancário europeu. “O conjunto das economias não permitirá deficiência do sistema. Entretanto, a ajuda será restrita e exigirá contrapartidas dos países beneficiados, em termos de ajustes fiscais”, destacou.

As conseqüências, para o economista, são de diversas naturezas como a desvalorização do euro, que beneficiará mais a Alemanha e a França - países de elevada produtividade - do que países como a Grécia, bem como a volatilidade, a instabilidade política, o crescimento modesto da região por determinado tempo e o maior fluxo de investimento para os BRIC’S (Brasil, Rússia, Índia, China).

Ao abordar os diferenciais competitivos da agricultura brasileira, Mendonça de Barros, reforçou que o país tem água e solo abundante, além do desenvolvimento de um sistema de geração de tecnologia através da Embrapa, secretarias estaduais de agricultura e instituições privadas; sistema de plantio direto que permitiu duas safras em um ano e sistema de integração lavoura-pecuária e pecuária-lavoura-reflorestamento.

Outros fatores importantes são a grande diversificação de produtos estruturados em cadeias produtivas (açúcar, álcool, laranja, café, soja, milho, algodão, madeira, tabaco, borracha, cacau, frutas, tomates, carnes vermelha e branca, ovos, leite, flores e hortaliças); sistema de agronegócio sofisticado, fazendo com que a constante inovação oportunize rentabilidade ao setor e a solução da oferta de recursos humanos, tanto na educação superior quanto na educação média. “O setor agrícola brasileiro foi o que mais bem resolveu o sistema de qualificação”, assinalou o palestrante.

Fonte: MARCOS A. BEDIN

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21 de março de 2010

O tema sustentabilidade vai além do ambiental

A sustentabilidade em uma organização, e até mesmo em um país, está relacionada, atualmente, somente a questão ambiental. Mas a nova realidade mundial não segue apenas este indicativo. Para o PhD Sérgio Trindade, co-laureado com o prêmio Nobel da Paz em 2007, que palestrou no Agrogestão sobre sustentabilidade e os riscos e oportunidades do agronegócio no mundo sustentável, o tempo é de mudanças nos conceitos.

Segundo Trindade, o agronegócio precisa ser pensado de forma sustentável assim como as empresas. No entanto o conceito deve contemplar três divisões: econômico, social e ambiental. “O agronegócio precisará satisfazer critérios de sustentabilidade para ter acesso aos mercados”, diz.

Os novos conceitos a serem contemplados precisam indicar se a parte econômica é rentável, o social precisa promover a cultura, educação e empregos melhor remunerados e o por fim o fator ambiental, onde a melhoria da qualidade local e do meio ambiente precisam ser considerados.SergioTrindade

Modelos que já são utilizados até mesmo em projetos de gestão de riscos, onde as empresas ou agricultores pensam quais são as dificuldades que podem inviabilizar a produção para antecipadamente pensar em alternativas estratégicas. “Agronegócio é desafio de criar novas alternativas de projetos e modelos de negócios”, afirma Trindade.

“As oportunidades de crescimento no agronegócio são grandes”, completa Trindade. Argumenta ainda que é preciso pensar a atividade levando em consideração a natureza do negócio, e posteriormente pensar as opções de planejamento. Tudo de forma sustentável, levando em consideração os níveis econômicos, sociais e ambientais.

O público jovem pode ser atraído pelo agronegócio quando começar a desenvolver políticas de sustentabilidade. A possibilidade poderá acontecer porque segundo o palestrante, o jovem é atraído por novidades e assuntos relacionados a responsabilidade social. “O jovem é sensível e preocupado com a causa. Se os preceitos de sustentabilidade acontecerem no agronegócio, acho que os jovens vão gostar mais da atividade,”completa.

“A matriz energética brasileira é peculiar, 50% é renovável e a outra metade não”. A informação pode ser comparada com a contribuição do país ao aquecimento da camada de ozônio, assunto polêmico e contraditório comentado por outros palestrantes. “A fonte de gases de efeito estufa são produzidos pela destruição da floresta Amazônica, conclui.

Fonte: MARCOS A. BEDIN

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