30 de abril de 2011

A crise mundial já passou?

O Brasil passou relativamente bem pela crise mundial, mas os problemas crônicos não foram solucionados e permanecem latentes. A euforia econômica será passageira. O governo desperdiçou a chance de fazer profundas mudanças no início da nova administração.

Essas posições foram manifestadas por um dos mais prestigiados intelectuais da atualidade, o economista e cientista social Eduardo Gianetti da Fonseca, ao palestrar sobre o tema: “Crise mundial: qual sua real dimensão?”, nesta semana, no Centro de Cultura e Eventos Plínio de Nes, em Chapecó, em comemoração do 64º aniversário da Associação Comercial e Industrial de Chapecó – ACIC.

Cerca de 900 pessoas participaram do evento. O presidente da ACIC, João Stakonski, destacou o papel da entidade na defesa dos interesses da coletividade regional e enfatizou que a palestra – que teve acesso gratuito a todos os interessados – era um presente para a comunidade local.

Em ampla abordagem divida em dois enfoques, Eduardo Gianetti focalizou as perspectivas da economia brasileira e o cenário econômico atual, tendências, negócios e oportunidades para empresas em um ambiente cada vez mais globalizado.Eduardo Gianetti da Fonseca

Depois de uma longa introdução histórica e conceitual, observou que há falta de coordenação entre a área da Fazenda e o Banco Central (BC). “O aumento do gasto público vai na contramão da necessidade de conter o superaquecimento da economia, tarefa hoje exclusiva do BC. Ou seja, um lado pisa no freio e o outro no acelerador.”

- “O papel do BC é terrível: tirar o barril de chope da sala quando a festa está esquentando. Há sinais evidentes de anomalias econômicas: pressão inflacionária e desequilíbrio nas contas externas. Isso aumenta o custo para a sociedade. Os juros vão ter que subir mais do que precisariam para reduzir a inflação”.

Analisou que o risco de superaquecimento ocorre também pela muito agressiva expansão do crédito via bancos oficiais: Caixa, Banco do Brasil e especialmente o BNDES, que está sendo financiado agora com o endividamento do Tesouro. Criou-se um cordão umbilical perigoso entre o BNDES e o Tesouro, política chamada tecnicamente de parafiscal, porque não aparece no orçamento, não foi votada, envolve subsídios enormes para o setor privado e aumenta a demanda, porque libera dinheiro para gastos e investimentos de curto prazo.

Gianetti destacou que o país está tentando, ao mesmo tempo, aumentar o consumo das famílias, o investimento privado, o investimento público e os gastos do governo, mas “não dá para fazer tudo isso junto”.

Em relação aos programas sociais do governo, disse que não é contra os programas de transferência de renda e entende que famílias realmente necessitadas precisam dessas transferências. Porém, “essa tem que ser uma situação transitória. Não entendo quando o governo comemora o crescimento no número de famílias que vivem de bolsa. Isso deveria ser motivo de preocupação, porque o ideal é tirar as famílias da situação de dependência”.

Para o economista, a qualidade da política econômica no primeiro mandato do presidente Lula foi muito superior ao do segundo, especialmente pela agenda de reformas microeconômicas. De 2008 a 2010, são R$180 bilhões de crédito novo, financiado por meio de dívida que não aparece no total da dívida líquida do setor público. O Tesouro emite e compensa com o empréstimo que faz ao BNDES.

Enfatizou que isso aparece na dívida bruta do governo, que está crescendo acentuadamente, hoje em 64% do PIB. Este caminho é muito perigoso. Embora não salte aos olhos pelo volume, a dívida impressiona por sua extravagância em termos de custo. O governo se endivida em prazos curtos pagando no mínimo a taxa básica de juros e depois empresta para os parceiros do rei, cobrando taxas bem menores que os juros básicos. É um subsídio maior do que o Bolsa-Família para grupos escolhidos a dedo.

O tamanho do Estado é outra preocupação. O palestrante mostrou que o déficit previdenciário do funcionalismo público, que se refere a três milhões de pessoas, supera todo o gasto com 37 milhões de crianças que cursam o ensino fundamental hoje. Isso é imprevidência.

Eduardo Gianetti da Fonseca demonstrou que o Estado brasileiro emite mensalmente 40 milhões de contracheques para pagar salários, aposentadorias, bolsa-família e outros benefícios. Consideradas três pessoas por família, isso significa que 120 milhões de brasileiros vivem do dinheiro público. “Dessa maneira, o Governo controla a sociedade de uma forma preocupante para a saúde da democracia”.

Fonte: MARCOS A. BEDIN

MB Comunicação Empresarial/Organizacional

mb@mbcomunicacao.com.br

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26 de abril de 2011

O fim de uma era: fechou a última fábrica de máquinas de escrever do mundo

Uma invenção que revolucionou a maneira de trabalhar, tornando-se uma peça essencial, principalmente nos escritórios, por mais de um século. Mas depois de anos de excelentes serviços prestados, chegando a ser o símbolo das secretárias, finalmente chegou ao fim da linha. Pois é, se você acha que as máquinas de escrever já não eram mais fabricadas há muito tempo, está enganado.

A Godrej e Boyce, última empresa que ainda fabricava máquinas de escrever, acabou de fechar sua unidade de produção em Mumbai, na Índia, com algumas centenas de máquinas em estoque. Embora as máquinas de escrever tenham se tornado obsoletas anos atrás, no ocidente, elas ainda eram comuns na Índia, até recentemente. Mas mesmo assim, a demanda por máquinas  de escrever neste país, também foi diminuindo nos últimos dez anos, pois também por lá os consumidores foram migrando para os computadores.

O gerente geral da empresa, Milind Dukle, disse ao jornal India's Business StandarMaqEscrd: "Nós não estamos recebendo muitas encomendas agora. "Desde o início dos anos 2000 , quando os computadores passaram a dominar, todos os fabricantes de máquinas de escrever pararam a produção, exceto nós. Até 2009, eram produzidas de 10.000 a 12.000 máquinas por ano. Mas agora esta pode ser a última chance para os amantes da máquina de escrever."

A empresa começou a produção em 1950 - quando o primeiro-ministro Jawaharlal Nehru descreveu a máquina de escrever como um símbolo da independência da Índia e da sua industrialização. A Godrej e Boyce chegou a vender 50 mil modelos por ano no início dos anos 1990, mas no ano passado, vendeu menos de 800 máquinas.

A invenção de um primitivo dispositivo de escrever mecanicamente é atribuída a Henri Mill, em 1714. O italiano Pellegrino Turri introduziu, em 1808, o sistema de teclados. Posteriormente, o mecânico norte americano Carlos Thuber criou um modelo aperfeiçoado, com maior rapidez de escrita  em 1843. Outros nomes como os do norte-americano Burth, o inglês Jenkins, e o francês Pogrin, colaboraram para o aperfeiçoamento da máquina.

A primeira máquina de escrever comercializada, foi produzido em os EUA em 1867 e, na virada do século foi desenvolvido  o formato padronizado com o teclado “qwerty” que até hoje conhecemos, pois também é utilizado nos computadores.

Fonte: Daily Mail

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24 de abril de 2011

Cientistas brasileiros fazem cópia fiel do dente humano

Dois cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) avançaram nas pesquisas em busca da terceira dentição que é realizada em parceria com institutos e centros de pesquisas brasileiros e norte-americanos, reproduzindo com êxito um molde de dente humano em formato e tamanho igual ao gerado no corpo humano.

Eles já tinham desenvolvido coroas completas com dentina, esmalte, polpa e ligamento periodontal na mandíbula e no abdome de ratos. A novidade agora foi alcançar uma cópia fiel de toda a estrutura de um dente normal por meio da técnica tridimensional a partir de dados obtidos em tomografias ou ressonâncias magnéticas.

Mônica Talarico Duailibi, pesquisadora do Centro de Terapia Celular e Molecular (CTCmol) da (Unifesp) e professora nesta mesma instituição da disciplina de cirurgia plástica, conta que há 11 anos, ela e o marido, o também cirurgião-dentista, e professor da Unifesp, Silvio Duailibi, foram convidados a participar das experiências do cientista Joseph Vacanti, do Massachusetts General Hospital e Harvard Medical School.dentes

O casal conseguiu, em 2004, construir coroas dentais no abdome de ratos com o uso da engenharia tecidual. Quatro anos mais tarde, desenvolveram essas coroas nas mandíbulas dos animais a partir de células-tronco adultas retiradas de dentes da mesma espécie. Para avançar nessas pesquisas, faltava , porém, “estabelecer o tamanho ideal e individualizado daquilo que a pessoa precisa e por meio dessa técnica, a gente pôde começar a construir por computador a forma individualizada de caninos e pré-molares”, disse Mônica.

De acordo com ela, atualmente, a pesquisa está na fase pré-clínica e ela acredita que essa etapa seja concluída dentro de cinco anos para que então sejam realizados os testes em humanos.

A ideia é a de que se tenha um mesmo doador e receptor. E a grande vantagem disso, conforme esclarece Silvio Duailibi, á de que “a pessoa que for fazer uso do resultado dessa técnica não precisará de medicamentos para diminuir a imunidade, ou seja, para evitar rejeição como ocorre hoje no caso de transplantes de órgãos.

Ele reconhece que os implantes são hoje a melhor alternativa terapêutica, mas defende que eles apenas reparam o órgão. “Os dentes têm um ligamento em volta dele que une ao osso. Esses ligamentos têm terminações nervosas que estão ligadas ao cérebro e a todo o sistema nervoso e elas servem para orientar a força de mastigação. O implante metálico não tem isso, então, ele entra no conceito de reparação. Nós estamos visando uma nova saída em que se poderá regenerar e não apenas fazer a reparação de algo que está estragado”.

O pesquisador salientou que essa técnica não serve só para dentes. Por meio dela, segundo observou, no futuro, poderão ser construídos ossos, cartilagens, mucosa, pele e outros órgãos como fígado e rim.

Por: Marli Moreira/Repórter da Agência Brasil

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