13 de maio de 2013

Hanseníase tem cura

Um alerta importante para uma doença com alto índice no país, porém desconhecida por muitos: a hanseníase tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é líder mundial em prevalência desta enfermidade, antes denominada lepra.

Em Chapecó e região, segundo a médica dermatologista, cooperada da Unimed Chapecó, Luciane Cela, o número ainda é baixo, principalmente pela falta de diagnóstico adequado. “Muitas vezes, pacientes são tratados para outras doenças como micoses e alergias, o que dificulta a erradicação da doença”.

Em 1991, o governo brasileiro assinou um termo de compromisso mundial, comprometendo-se eliminar a doença até 2010. Entretanto, a cada ano, há mais de quarenta mil novos casos, vários em situação de deformidade irreversível. Em março deste ano, o Brasil deflagrou uma campanha de prevenção de hanseníase e verminoses, tendo como meta atender 9,2 milhões de estudantes da rede pública. Com o slogan “Hanseníase e Verminoses têm cura. É hora de prevenir e tratar”, a campanha tem como intenção aumentar o diagnóstico precoce, além de identificar comunidades em que as duas doenças phanseniaseersistem.

Luciane esclarece que a campanha tem como foco crianças e adolescentes com idade de 5 a 14 anos, justamente porque nesta faixa é possível detectar precocemente a hanseníase. “Esse dado é um indicador no monitoramento da endemia, pois o caso em menores de 15 anos remete a diagnósticos relativamente precoces e fonte de transmissão geralmente domiciliar”.

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica transmitida de pessoa para pessoa, no convívio com doentes sem tratamento. As principais fontes do bacilo são as mucosas das vias aéreas superiores. Entretanto, a maioria das pessoas não adoece quando entra em contato com a bactéria porque existe uma resistência natural para combater a doença.

O tratamento, denominado Poliquimioterapia (composto por dois ou  três medicamentos), é fornecido gratuitamente pelo governo a todos os doentes e pode durar de 6 a 24 meses, dependendo de cada caso.

A dermatologista destaca que os sinais estão relacionados à existência de uma variedade de lesões cutâneas, desde manchas, pápulas, placas e nódulos, até acometimento difuso, dependendo da resposta imunológica do indivíduo. Também pode ocorrer alteração da sensibilidade cutânea tátil, térmica e dolorosa, bem como alterações da sudorese, e queda dos pêlos nos locais afetados. “Se uma área de pele apresentar queda de pêlos, mancha branca ou avermelhada, ressecamento ou sensação de formigamento e dormência, é preciso procurar um médico imediatamente, pois pode ser hanseníase. Em alguns casos há diminuição da força muscular. Os locais mais comuns são as extremidades (braços, coxas, mãos, pernas e pés)”, alerta.

Não se sabe exatamente a época do surgimento da doença, no entanto,  há registros de casos descritos em aproximadamente 1350 a.C., sendo conhecida como “a doença mais antiga do mundo”. “Fatores climáticos, nutricionais, econômicos, movimentos migratórios e principalmente, a terapia inadequada felicitaram a propagação dessa endemia”, afirma Luciane.

O nome está relacionado ao descobridor do microrganismo causador da doença Gerhard Hansen. A bactéria é chamada Mycobacterium leprae,mas em função do termo “lepra” ser estigmatizante, no Brasil, foi substituído por hanseníase.

Fonte: MARCOS A. BEDIN

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