No Rio de Janeiro, então Capital Federal, só vivem bem comerciantes fortes e altos funcionários públicos. Um "pé rapado" que queira progredir geralmente se emprega no comércio. Em 1903, um caixeiro de loja ou armazém chega a ganhar 300$000(trezentos mil réis) por mês, e, com esse salário, já pode casar-se. Os jornais da época anunciam: Aluga-se alcova mobiliada, com pensão, para casal por 100$000.
Uma calça de linho branco custa 40$000, já um bom terno, 80$000, nas alfaiatarias da rua 7 de setembro. Um vestido de ir à missa podia ser comprado por 80$000 nas lojas populares da rua Uruguaiana.
Geralmente uma prendada esposa de caixeiro ou de funcionário público é econômica, compra tecidos e costura suas próprias roupas pelos moldes da revista mensal La Mode Parisiense, que custa 4$000 o exemplar. Nem é preciso saber francês é só adaptar os riscos.
A alimentação não é cara, o queijo do Reino custa 6$000 o quilo; a manteiga mineira, 3$500. É possível comprar 1 quilo de carne por $500 e de açúcar, por $400. A lata de leite Moça custa $800; o quilo de feijão preto, $200; o de arroz inglês, $220; uma lata de banha Navio de 1 quilo, 2$500; 1 quilo de toucinho, 1$000.
Este casal que ganha 300$000 por mês terá de progredir, pois logo chegam os filhos e a pensão não os admite.
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