23 de agosto de 2012

Os peixes estão sumindo

Em 20 anos, o bacalhau não constará mais de cardápios caseiros ou comerciais porque deixará de existir nos oceanos do mundo. As 61 espécies conhecidas de atum entraram para a lista de animais ameaçados de extinção.

O alerta consta no relatório "The State of World Fisheries and Aquaculture 2012" (O Estado da Pesca e Piscicultura Internacional 2012), elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), comentado pelo ambientalista e cientista social Henríque Cortez, publicado no portal EcoDebate.

O relatório da FAO indica que a pesca comercial em grande escala captura 80% de todas as espécies oceânicas, que 30% dos peixes do mundo são superexplorados e outros 57% estão próximos do limite de extração sustentável. Pior: três em cada dez peixes são mortos por engano e a cada ano 250 mil tartarugas morrem vítimas dos ganchos destinados aos peixes-espada.peixe

A redução dos peixes oceânicos vem sendo compensada pela piscicultura comercial, que já oferece metade dos peixes consumidos em escalda global. Mas surge aí outro problema: as pequenas espécies, como a sardinha, que aparentemente têm pequeno valor comercial, são capturadas para produção de ração.

A piscicultura, explicou Cortez, precisa alimentar os peixes em cativeiro ao máximo, em menor tempo possível, para que atinjam tamanho e peso com valor comercial. Ai entra a sardinha, que é fundamental nessa cadeia alimentar. Um terço da captura mundial de peixe é destinada à produção de ração animal.

No Brasil, segundo o Censo da Vida Marinha, do Ministério do Meio Ambiente, 32 das 1.209 espécies de peixes catalogadas na costa e nos estuários do país são sobre-explorados.

"Graças ao consumo insustentável de hoje, os que aqui estiverem em 2050 consumirão muito menos, simplesmente porque haverá muito menos que consumir", admoestou Cortez. Se não existir mais bacalhau, quem se importa com isso, comentou ironicamente, "desde que esteja 'presente' no próximo almoço de Páscoa".

Um dos motivos para esse quadro é a acidificação dos oceanos por causa do aumento da concentração de CO2 atmosférico, o aquecimento global e as mudanças climáticas que ameaçam os ecossistemas marinhos.

Fonte: ALC

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21 de agosto de 2012

Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla

Começa nesta terça-feira (21) e vai até e a o dia 28 a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, promovida pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), com programação em pelo menos 11 estados e no Distrito Federal. O tema da edição deste ano é “Em busca de igualdade. Estamos aqui!”.

Entre as principais ações da semana está a veiculação de uma campanha na TV, rádio e mídia impressa com o objetivo de sensibilizar sobre o tema. Confira material da campanha.

A programação da semana inclui palestras, passeatas, visitações às escolas, torneios esportivos e culturais, rodas de conversa e excursões. Veja aprogramação de eventos da Semana em outros estados.

A programação conta, ainda, com a I Exposição de Artes Visuais, que será instalada entre 21 e 30 de agosto, na Câmara dos Deputados, em Brasília, com telas produzidas por pessoas com deficiência intelectual e múltipla atendidas nas Apaes de todo o País. As obras falam sobre valores e conceitos que contribuem para a inclusão e a cidadania dessa parcela da sociedade brasileira.

De acordo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), há 45,6 milhões de brasileiros que declararam ter alguma deficiência, sendo que 2,6 milhões disseram ter mental ou intelectual. Veja gráfico completo.

As políticas do governo federal voltadas aos excepcionais se concentram no plano Viver sem Limite, cujo objetivo é garantir o acesso à educação, inclusão social, atenção à saúde e acessibilidade a pessoas com deficiência.

O Viver Sem Limite foi lançado em novembro de 2011 e reúne ações de 15 ministérios, com investimentos da ordem de R$ 7,7 bilhões até 2014 e coordenação da Secretaria de Direitos Humanos (SDH). Nove estados já aderiram ao plano: Pernambuco, Goiás, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Acre, Piauí, Mato Grosso, Espírito Santo e Paraná. Outros dezessete mantêm negociações. Nas próximas semanas são esperadas as adesões de Sergipe e Paraíba.

O balanço do primeiro semestre do plano foi divulgado em 16 de agosto. Na área de acesso à educação, o plano prevê a implantação de 17 mil Salas de Recursos Multifuncionais, espaço em que é realizado o Atendimento Educacional Especializado (AEE) aos estudantes com deficiência, incluindo a intelectual. Até 2011, mais de 24 mil escolas já possuíam essas salas, que vão passar por atualização com a compra de 30 mil kits. Para 2012, está prevista a instalação de 13.500 novas salas, que estão em fase de licitação; e a compra de 15 mil kits de atualização. A compra de 1.500 será finalizada em setembro.

Para tornar a arquitetura da escola acessível aos estudantes com deficiências, 2.866 municípios já foram selecionados para o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que vai transferir recursos para que 10 mil escolas instale sanitários acessíveis, portas largas, portas largas, corrimãos, equipamentos de sinalização visual, tátil e sonora, além de adquirir cadeiras de rodas e outros recursos de tecnologia assistiva. A meta é até 2014, garantir recursos para 57 mil escolas.

O programa Benefício de Prestação Continuada (BPC) na Escola já recebeu a adesão de 2.023 municípios, que vão enviar técnicos às casas de pessoas com deficiência entre 0 e 18 anos para descobrirem as barreiras que dificultam a ida deles à escola A meta para este ano era de 2.000 municípios formalizados.

De estratégia semelhante, mas voltado à inclusão no mercado de trabalho, o BPC Trabalhoenvia equipes técnicas para pessoas com deficiência entre 16 e 65 anos que gostariam de estar trabalhando. Quase 3 mil beneficiários foram consultados nos seis primeiros meses do ano. As equipes levantam os interesses e necessidades para a qualificação profissional. A meta para 2012 é de visita a 4.800 beneficiários.

Para aumentar o número de produtos de tecnologia assistiva no País, o governo inaugurou em julho o Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA), em Campinas, nas instalações do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer. Vinte e nove núcleos interdisciplinares de inovação em tecnologia assistiva já foram habilitados para compor a rede orientada pelo CNRTA.

Essa rede vai realizar não só pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias que resultem em produtos a serem incorporados ao cotidiano das pessoas com deficiência, como também financiar projetos cooperativos entre empresas brasileiras para o desenvolvimento de produtos e serviço para aumentar a autonomia e qualidade de vida de pessoas com deficiência. Uma linha de crédito da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) no valor de R$ 90 milhões para este fim. Desse total, R$ 11 milhões já foram liberados.

Para a criação de Centros-Dia de Referência, casas de apoio à pessoa com deficiência, já houve repasse de recursos do governo federal para quatro municípios: Curitiba (PR), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB). Em novembro, será ofertada expansão de financiamento para mais 23 centros-dia em cada estado e no DF.

O Centro-Dia de Referência para pessoas com deficiência oferece proteção social à pessoas com deficiência e familiares em situação de vulnerabilidade. Os beneficiários são acolhidos e recebem orientações e cuidados cotidianos. Após a realização da programação diária, o usuário retorna à sua residência.

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Trabalho de Edson Kazuhiro Matsuoka, atendido na Apae do DF, será exposto durante Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla/Distribuição/Apae

Fonte: Portal Brasil

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19 de agosto de 2012

O cinema artesanal do Brasil

Nos anos 1920, o cinema brasileiro entra em fase de expansão. Surgem pioneiros em vários estados, diversificando a temática cinematográfica. Em São Paulo, José Medina, que se associara a Gilberto Rossi em 1919, lança em 1920 o filme Perversidade. Pintor e fotógrafo, Medina abraçara o cinema com paixão. Era um tempo de artesanato. Com a falta de tecnologia para iluminação, as cenas eram filmadas à luz do sol. Medina montava cenários no quintal de seu estúdio e filmava ao meio-dia, para não ter sombras. Produziu obras como Gigi em 1925, baseada num conto de Viriato Correia, e Fragmentos da Vida em 1929, adaptação de um conto do norte-americano O’Henry.TesouroPerdido

No Rio de Janeiro, em 1920, a portuguesa Carmem Santos criou a empresa Films Artísticos Brasileiros e lançou o filme A Carne, adaptado de um romance de Júlio Ribeiro. Depois veio Mademoiselle Cinéma, baseado na obra escandalosa de Benjamin Costallat. Era a moda do cinema picante. Também no Rio, Ademar Gonzaga e Pedro Lima fazem uma verdadeira escola de cinema, através das revistas Para Todos, Seleta e Cinearte, publicando informações sobre a produção cinematográfica brasileira e divulgando atores e atrizes como Grácia Moreno, Eva Schnoor, Lelita Rosa, Nita Ney, Eva Nil, Estela Mar, Luís Soroa, Carlos Modesto, Paulo Morano e Raul Schnoor.  

Além de divulgar estes nomes para competir com o cinema norte-americano, que dominava 90% do mercado brasileiro, essas revistas influenciaram jovens cineastas de outros estados, como Humberto Mauro, mineiro de Volta Grande, que iniciou sua carreira em Cataguases com o filme Valadião, o Cratera de 1925 que conta a história de um bandido. Em 1926 Mauro filma Na Primavera da Vida, Tesouro Perdido, Brasa Dormida e Sangue Mineiro.

No nordeste o movimento cinematográfico concentrou-se em Pernambuco, onde se destacaram dois jovens talentos, Edson Chagas e Gentil Roiz que dirigiu Aitaré da Praia, filme que retratava a vida dos jangadeiros. No sul, destacaram-se os gaúchos Eduardo Abelim e Eugênio Kerrigan, que se associaram para dirigir Amor que Redime, melodrama urbano muito comentado em Porto Alegre.

Fonte: Nosso Século, Abril Cultural, 1981

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