10 de dezembro de 2008

10 anos sem o poeta

Lindolf Bell, filho de Theodoro e Amália Bell, nasceu na cidade de Timbó em 2 de novembro de 1938. Foi de seus pais que herdou a clareza dos poemas, os quais mesmo sendo produzidos na urbanidade, conservaram elementos da vida agrária. Os pais do poeta eram lavradores, porém, com um grande sentimento e conhecimento de mundo, o que definitivamente ficou enraizado em sua vida e obras. Bell morreu em 10 de dezembro de 1998.

Ao ser líder do Movimento Catequese Poética, o qual permitiu a milhares de pessoas o acesso à poesia e à arte, Lindolf Bell foi reconhecido nacionalmente e internacionalmente. Era um homem que abrigava o mundo no coração, que amava os girassóis, que via tudo como missão, encarando a palavra como uma dádiva e fazendo dela um instrumento de comunhão e solidariedade.

O Rio Itajaí-Açu, em Blumenau, e o Rio Benedito, em Timbó, sempre foram fontes de inspiração para o poeta Lindolf Bell. Não é à toa que em 1984, ano seguinte à grande enchente, Bell lançou um dos seus últimos livros, considerado por muitos a sua última obra-prima: O Código das Águas. Dez anos após a sua morte, uma nova cheia assolou a região. Com a diferença de que Bell não está mais aqui para transformar a história em poesia.

Entre as obras mais importantes estão Annamárias (1971), Vivências Elementares (1980) e O Código das Águas (1984).

Legado
Lindolf Bell


Deixarei por herança
não o poema
mas o corpo no poema
aberto aos quatro ventos
Pois todo poema
é verde e maduro,
em areia movediça
de angústia, solidão
Onde me debato
ainda que finja o contrário
em busca da verdade
e seu chão
Deixarei por herança
não o poema
Mas o corpo repartido
na viagem inconclusa
Pois todo o poema maduro
é um verde poema
E, mesmo acabado,
se estriba na inconclusão
Claro, sem esquecer,
o estratagema da paixão
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