Ao viajar pela Espanha, em 1540, um cronista holandês ficou muito admirado ao notar que os habitantes de alguns vilarejos, mesmo quando não dispunham sequer de pão e vinho para se alimentar, tinham sempre à mão um baralho para jogar. Na realidade, os jogos de cartas sempre foram muito apreciados pelos espanhóis, que criaram vários deles, como o Hombre e o Tresillo. No decorrer dos séculos, diversos jogos de cartas inventados na Espanha alcançaram grande sucesso, tornando-se jogos da moda em várias cortes européias.
Além da invenção desses jogos, o grande interesse dos espanhóis pelas cartas é evidenciado pelo fato de terem eles criado um tipo próprio de baralho, que é usado ainda hoje na Espanha e em vários países, o baralho espanhol.
As 48 cartas que constituem esse baralho, muito parecidas com os Arcanos Menores, cartas comuns do Tarô, dividem-se em quatro naipes: taças, moedas, bastões e espadas. Cada um desses naipes tem 12 cartas, nove delas numeradas de 1 a 9, e mais três figuras, também numeradas, que são Sota, que vale 10, Caballo, 11 e Rey, 12, chamadas em português de Valete, Cavaleiro e Rei respectivamente.
O baralho espanhol representa, provavelmente, um estágio intermediário do processo de evolução pelo qual passaram as cartas de jogar primitivas, como as do baralho de Tarô, até assumirem o aspecto que têm atualmente nos baralhos modernos. Uma das características típicas do baralho espanhol, que o torna diferente tanto do Tarô como dos baralhos modernos, é o fato de nele não haver a figura da Dama, que é substituída pelo Cavaleiro.
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Fonte de pesquisa: Todos os Jogos, Editora Abril, 1978.
Luiz, fabuloso artigo. É muito legal saber a origem das coisas, pelo menos eu curto muito isso. Mas confesso que sou horrível em jogos de baralho, não jogo nada. Um abraço.
ResponderExcluirInteressante... para o pão n tinham dinheiro, mas quem sabe se tirassem a mão boa no jogo,rss.
ResponderExcluirO ser humano n mudou nada de lá pra cá, abraços Marcelo Pacheco.
É isto mesmo Marcelo, de um modo geral o homem é assim. Reclama de não ter o que comer mas não deixa a diversão de lado.
ResponderExcluirAbraços
Fiquei curiosa em ler, porque outro dia soube que o Tarô, por exemplo, é muito mais antigo do que se pode imaginar.
ResponderExcluirBjs
Mais uma vez venho parabenizar seus textos sobre a origem dos jogos de carta, meu passatempo favorito! Grande abraço!
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