22 de abril de 2009

A beleza da arquitetura enxaimel

O enxaimel, também conhecidos por Fachwerk no idioma alemão, trazido pelos imigrantes alemães no fim do século XIX, foi desenvolvido na Alemanha entre os séculos XVI e XVIII, é um modo de construir relativamente simples: consistia de uma construção quadrada ou retangular, contendo muitas vezes requintes artesanais como madeiramento esculpido, floreiras trabalhadas e um sem número de adereços.

Com os tirantes de madeira que dão estilo e beleza às construções, a robustez e a grande inclinação dos telhados. Além de fortes, as casas eram baratas e de construção simples. Enxaimel quer dizer enchimento. Primeiro, era construído o esqueleto da casa, todo de toras grossas de madeira.


Entre as vigas verticais eram colocadas as horizontais e, nas extremidades das paredes, algumas em ângulo, para evitar inclinação. Pronta a "caixa", os espaços eram completados com tijolos à vista. Os exemplares mais antigos mostram a estrutura travejada com encaixes e, no lugar de pregos de metal, usam-se pregos maiores de madeira. Nas paredes de vedação os tijolos de argila ficam aparentes, e são inúmeros os exemplares cobertos com reboco ou pintura.

Os municípios catarinenses, em especial os do Vale do Itajaí,  com destaque para Indaial, Blumenau, Timbó e Pomerode têm um número significativo de enxaiméis. Um lindo exemplar desta arquitetura enxaimel, é a Casa Duwe em Indaial, edificada na década de 30 para residência da Família de Carl Lindner. casaduwe

Singular edificação desenvolvida em planta alongada, com pavimento térreo mais sótão habitável, apresenta duas varandas, sendo uma frontal e outra lateral e decoração com pinturas murais nos cômodos. Seu volume é realçado por mais de 15 aberturas, varandas da frente e dos fundos em madeira, mosaicos nas paredes externas, formados por tijolos de vários tons; estrutura enxaimel em “X” nas empenas, pingadeiras com tijolos na diagonal. Mas o grande destaque é o caimento da cobertura de telhas planas, com uma mansarda na fachada que confere volumetria única a essa notável construção.

O primeiro proprietário, Carl Lindner, nascido em Indaial em 21 de abril de 1886, filho de Moritz Lindner, proveniente da Alemanha, recebeu de seus pais as terras onde mandou construir a edificação. Ali viveu muitos anos com sua esposa Maria nascida Schütz, que faleceu em 07/01/1967. Tiveram nove (09) filhos: Wilhiem, Alfred, Alvin, Hugo, Edmund, Elza, Ema, Frida, Helga, todos já falecidos. O casal sempre trabalhou na Agricultura.

O homem, que fez questão de construir uma casa bem grande para abrigar a família, faleceu em 04/09/1971, aos 85 anos, sem nenhum dos filhos por perto. Como era de vontade do Sr. Lindner após a sua morte a casa foi transferida para Erwin Duwe e Érica Brehmer, casal que trabalhava para ele no campo e que cuidou do patrão até a sua morte.

A edificação é tombada em nível estadual pelo Decreto nº. 5.915, de 21 de novembro de 2002, e está em andamento o processo de Tombamento Federal. A edificação integra o Projeto Federal “Roteiro Nacional de Imigração”, elaborado e coordenado pelo IPHAN e Ministério da Cultura apoiado pelos Municípios envolvidos, visando à valorização do Patrimônio Histórico através de rotas Turístico-Culturais.


A Fundação Indaialense de Cultura Prefeito Victor Petters, visando à preservação do Patrimônio Histórico edificado do município, elaborou o projeto de restauração da Edificação denominada Casa Duwe. Este projeto foi aprovado, através da Lei de Incentivos Fiscais do ICMS sob nº. PFCC 487/58, e aprovado e publicado pelo Diário Oficial do Estado, em 04/07/2005, pág. 07, para captação de R$ 49.000,00, sendo que a contrapartida será de R$ 10.564,00, já depositados na conta corrente.

Fonte: Prefeitura Municipal de Indaial/Arquivo histórico FIC

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5 comentários:

  1. Acho muito bonita este tipo de construção,dão um ar bucolico as cidades que as têem,lembrança de uma época que não volta mais.
    A Paz

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  2. São muito bonitas, vejo muito em SC, mas essa do exemplo gostei demais.

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  3. Sou fá do estilo enxaimel, Luiz. Infelizmente ainda não conheci Pomerode. Minha noiva que é daí de Blumenau tem familiares por lá, mas ainda não tive o prazer de ir. Espero resolver isso em breve! hehe

    Abraços

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  4. Bela postagem. Esse fim de semana que passou mesmo, eu estava num casamento em Pomerode e vi trocentas construções belíssimas nesse estilo de construção. Aqui mesmo onde nós moramos, também tem várias construções enxaimel. Não sabia que significava enchimento. Mto bacana mesmo. Abração.

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  5. Bacana essas construções, que lembram bem as de cidadezinhas alemãs. Interessante. Abraços.

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