14 de agosto de 2009

Número de assassinato de jovens é assustador

Num período de sete anos, de 2006 a 2012, o Brasil vai enterrar 33.504 jovens entre 12 e 18 anos de idade, o equivalente à população de uma cidade, se nada for feito para prevenir as causas desses homicídios.

“Isso significa que teremos 13 mortes diárias por assassinatos de adolescentes. Considerando a preocupação brasileira com a gripe suína, em que cada morte é contabilizada dia a dia, é importante que a sociedade tenha a mesma indignação e preocupação com essas vidas perdidas na adolescência”, declarou à Agência Brasil a subsecretária dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), Carmen Oliveira.mata150

Os dados constam de pesquisa realizada pelo Observatório de Favelas, pela SEDH, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, divulgada em julho.

Os pesquisadores aplicaram o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) em 267 municípios brasileiro que tinham mais de 100 mil habitantes em 2006. O valor médio do IHA extraído desses municípios é de 2,03 adolescentes mortos por homicídio antes de completar 19 anos, para cada grupo de 1 mil adolescentes de 12 anos.

As fontes para o cálculo foram tomadas do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde e dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O município mais perigoso para adolescentes na faixa etária de 12 a 18 anos é o de Foz do Iguaçu, localizado na tríplice fronteira entre o Brasil, Argentina e Paraguai, cujo IHA chega a 9,7, seguido de Governador Valadares, em Minas Gerais, com 8,5, Cariacica, no Espírito Santo, com 7,3 e Olinda, em Pernambuco, com 6,5.

O IHA médio dos 267 municípios é de 2,03, considerado elevado, já que uma sociedade não-violenta deveria apresentar valores próximos de zero.

Em 34% dos municípios pesquisados o IHA foi menor que um adolescente perdido para cada grupo de 1 mil pessoas, 22% apresentaram um IHA superior a 3 e 7% chegaram a índices maiores que 5 vidas perdidas.

Dentre as capitais, Maceió e Recife estão no topo da tabela, com IHA de 6,0, seguidas por Rio de Janeiro (4,9), Vitória (4,3), Porto Velho (4,2) e Belo Horizonte (4,0). No conjunto das 27 capitais,estima-se que um total de 15.715 adolescentes morrerão vítimas de homicídio, se as condições verificadas em 2006 permanecerem na mesma situação ao longo do período.

O risco de homicídio cresce até a faixa de 19 a 24 anos, declinando posteriormente com a idade. A maior parte dos homicídios é cometida por arma de fogo. A pesquisa mostra que o risco de ser assassinado é 11,9 vezes maior para adolescentes do sexo masculino comparado ao de mulheres, na faixa dos 12 aos 18 anos.

Meninos negros e moradores de favelas ou de periferias de centros urbanos, com forte relação com o tráfico de drogas, é o perfil dos adolescentes que mais morrem no Brasil vítimas de homicídio, segundo a coordenadora do Programa de Redução da Violência Letal do Observatório de Favelas, Raquel Wiladino.

O Brasil é um dos países mais violentos da América Latina, atrás apenas de El Salvador e da Venezuela, informou à Agência Brasil o professor Inácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. “Está na hora do Brasil mudar suas prioridades”, recomendou.

Fonte: ALC

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3 comentários:

  1. Portanto chegamos a conclusão que a violência so tende mesmo a aumentar, e um problema social de difícil solução, onde vamos parar?
    Abraços forte

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  2. São números de guerra civil, que é exatamente o que vivemos, mas não assumimos. Enquanto isso nossos representantes se ocupam de trabalhar por eles e respectivas famílias. Muito triste.

    Abraços

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  3. Infelizmente Luiz, os jovens acabam pagando o pato nessa crise sem fim de violência. Muitos morrem vítima do tráfico de drogas e do crime, já muitos não tem nada a perder e acabam apelando as armas. Além disso há as vítimas de balas perdidas e os jovens que não se cuidam e contraem Aids e outras doenças. Abraços.

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