Se José do Patrocínio, com seu veículo movido a vapor, não foi rigorosamente o introdutor do automóvel na então capital brasileira, Rio de Janeiro, um colega seu do mundo das letras teve um curioso papel pioneiro nessa fabulosa novidade do século XX. Olavo Bilac, que acompanhava invejoso os estridentes passeios do amigo pelas ruas esburacadas do Rio, resolveu aprender a difícil arte de dirigir. Numa das lições ministradas por Patrocínio, o poeta levou a engenhoca de encontro a uma árvore na Estrada Velha da Tijuca, destruindo o carro. Patrocínio ficou absolutamente desconsolado, mas Bilac, ao contrário, passou a gabar-se de ser o precursor dos acidentes automobilísticos no Brasil.
Logo surgiram leis regulamentando o uso do automóvel, em 1900, o prefeito Antônio Prado, de São Paulo, instituía o pagamento de uma taxa para este veículo, como já era feito com os tílburis e outros meios de transporte. Em 1903, tornou-se obrigatória a inspeção dos automóveis pela Prefeitura, que lhes fornecia uma placa com o número da matrícula, a ser afixada obrigatoriamente na parte posterior do veículo. A velocidade também foi regulamentada, nos lugares estreitos ou onde havia acumulação de pessoas, não poderia ser maior do que o passo de um homem e em caso algum poderá ser maior do que 30 km por hora. Em 1904, criou-se o exame para motoristas, sendo a primeira carta de habilitação de São Paulo entregue a Menotti Falchi, dono da Fábrica de Chocolates Falchi.
Fonte de pesquisa: Nosso Século-São Paulo; Abril Cultural, 1980.
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