"O Omniographo, que tanta atração teve em Paris, de que já nos ocupamos nesta folha, vai ser exibido de amanhã em diante, em uma casa na rua do Ouvidor" assim noticiava o Jornal do Commercio no dia 8 de julho de 1896. E o jornal explicava a seus incrédulos leitores: "Trata-se de um aparelho que projeta sobre uma tela colocada ao fundo de uma sala, onde diversos espetáculos e cenas animadas, por uma série enorme de fotografias. O espetáculo é curioso e merece ser visto, mas aconselhamos os visitantes a se acautelarem contra os gatunos. Na escuridão negra em que fica a sala durante a visão, é muito fácil aos amigos do alheio o seu trabalho de colher o que não lhes pertence".
Era a primeira vez que o público brasileiro iria experimentar os prazeres da sétima arte, invenção patenteada pelos irmãos Lumière em 1895. Após três semanas de exibição na então Capital Federal, Rio de Janeiro, o Omniographo saiu de cena. Mas logo o fantástico aparelho, agora sob outros nomes, retornaria atraindo multidões nas grandes cidades. Mágicos e ilusionistas acrescentavam o cinema a seus números; nos teatros de revista e cafés-concertos volta e meia se apresentavam fitas.
Em 1897, o ilusionista espanhol Enrique Moya alugou uma sala no número 109 da rua do Ouvidor, no Rio, e ali instalou o Cinematógrafo Edison, primeiro salão de cinema permanente no Brasil. Ainda nesse mesmo ano, na mesma rua do Ouvidor número 141, surgiria o Salão Paris. Disseminava-se a primeira diversão de massa no Brasil.
Fonte de Pesquisa: Nosso Século, Abril Cultural,1980.
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