18 de março de 2009

Saiba como chegou ao Brasil a primeira diversão de massa

"O Omniographo, que tanta atração teve em Paris, de que já nos ocupamos nesta folha, vai ser exibido de amanhã em diante, em uma casa na rua do Ouvidor" assim noticiava o Jornal do Commercio no dia 8 de julho de 1896. E o jornal explicava a seus incrédulos leitores: "Trata-se de um aparelho que projeta sobre uma tela colocada ao fundo de uma sala, onde diversos espetáculos e cenas animadas, por uma série enorme de fotografias. O espetáculo é curioso e merece ser visto, mas aconselhamos os visitantes a se acautelarem contra os gatunos. Na escuridão negra em que fica a sala durante a visão, é muito fácil aos amigos do alheio o seu trabalho de colher o que não lhes pertence".

Era a primeira vez que o público brasileiro iria experimentar os prazeres da sétima arte, invenção patenteada pelos irmãos Lumière em 1895. Após três semanas de exibição na então Capital Federal, Rio de Janeiro, o Omniographo saiu de cena. Mas logo o fantástico aparelho, agora sob outros nomes, retornaria atraindo multidões nas grandes cidades. Mágicos e ilusionistas acrescentavam o cinema a seus números; nos teatros de revista e cafés-concertos volta e meia se apresentavam fitas.

Em 1897, o ilusionista espanhol Enrique Moya alugou uma sala no número 109 da rua do Ouvidor, no Rio, e ali instalou o Cinematógrafo Edison, primeiro salão de cinema permanente no Brasil. Ainda nesse mesmo ano, na mesma rua do Ouvidor número 141, surgiria o Salão Paris. Disseminava-se a primeira diversão de massa no Brasil.

Fonte de Pesquisa: Nosso Século, Abril Cultural,1980.

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