Quem perdeu essa viagem terá a chance de conhecer um pouquinho da época em que os trilhos eram o principal meio de transporte de massa, e apoiavam rodas poderosas que arrastavam a riqueza do Estado. A cada estação a balbúrdia de crianças e pais que vendiam bolo, pastel, peixe frito, chipa. E assim ia, num sacolegar sem fim batendo desigual, horas e horas até chegar a Corumbá, passando pelo Indubrasil, Palmeiras, Piraputanga, Camisão, Aquidauana, Miranda, Albuquerque, Taunay, tantas outras. Dentro do trem os garçons carregavam refrigerantes embutidos no avental, sob olhares pidões das crianças. Pelas janelas entravam o ar com cheiro de guavira do Cerrado, ou a fuligem das queimadas, sujando tudo. Mas ninguém se importava.
Na década de 90 com o crescimento das rodovias, a popularização do ônibus por ser mais rápido embora mais perigoso, houve uma queda no número de passageiros, um sucateamento da linha. Ao contrário dos países como Estados Unidos. Austrália e Rússia, que pela extensão territorial mantêm investimentos ferroviários, no Brasil houve a privatização, falta de manutenção do patrimônio, fim do transporte de passageiro.
A viagem interrompida em 1996 retorna dia 8 de maio deste ano, 13 anos depois. E faz suspirar de saudades quem viveu intensamente aquela época. A reativação de parte do trecho do Trem do Pantanal, que nos anos 1953/1996 saia de Bauru (SP) chegava até Corumbá e de lá, a ferrovia boliviana levava os passageiros a Santa Cruz de La Sierra, parecia algo que seria contado apenas pelas novas gerações, pois a história de Mato Grosso do Sul com o nascimento de pequenas cidades se deu graças a expansão da linha férrea. Na divisa com o Paraguai, em Ponta Porã, as estações e os trilhos são marcas históricas.
Agora, após 13 anos sem o trem de passageiro, Mato Grosso do Sul retoma um projeto emblemático para o turismo e lança com pompas o Trem do Pantanal no trecho Campo Grande/Miranda. A parte mais alagada da região, que fica de Miranda até Corumbá, poderá ser ativada em 2010 se a empresa responsável pela manutenção da linha férrea conseguir garantir as reformas e assim, a segurança aos passageiros.
Nas cores laranja, sem as características dos anos 50, a estação Indubrasil passou por reformas e ganha aspecto mais moderno. Os vagões do novo Pantanal Express (o antigo Trem do Pantanal) estão em Curitiba (PR), deverão seguir para Sorocaba (SP) e chegar à Indubrasil no dia 1º de maio. O diretor comercial da Pantanal Express, Adonai Arruda Filho torce para que em 2010 o Trem do Pantanal possa chegar até Corumbá. Animado com o projeto em Mato Grosso do Sul, ele acredita prepara junto com a Fundação de Turismo do Estado e Sebrae-MS toda a infra-estrutura para que o trem possa ser referencial nacional do turismo.
Fonte: Portal Bonito
Para saber mais:
Trem do Pantanal evoca saudades de uma viagem sem volta
Sorocaba reforma Trem do Pantanal
Nunca fui ao Pantanal, mas quando tiver a oportunidade de ir aproveito pra conhecer esse trem ai. Legal o artigo Luiz, abraços.
ResponderExcluirEu e minha esposa fizemos o passeio de trem pelo Pantanal no último final de semana, o passeio é muito bonito, porém ficamos decepcionados com o seviço de bordo oferecido pela Cia. e também com a manutenção do ar condicionado que estava quebrado e passamos muito calor dentro do trem porque a velocidade permitida é de apenas 32/km h.
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