28 de agosto de 2010

O improviso no início da televisão brasileira

A improvisação marcou o início da televisão brasileira. Na noite seguinte à inauguração da TV Tupi, foi levado ao ar o primeiro telejornal, Imagens do Dia, escrito por Rui Resende minutos antes da transmissão. Profissionais vindos do rádio, cinema, teatro e jornalismo começaram a aprender televisão, em permanente luta contra o tempo.

Em novembro de 1950, Cassiano Gabus Mendes dirigiu o primeiro teleteatro, adaptando o enredo do filme norte-americano A Vida Por Um Fio. Como ainda não existia o vídeo tape, tudo era feito ao vivo, e se algum ator se atrapalhasse, nada poderia salva-lo. tvtupi

Certa vez Alberto Maduar e Nelson Coelho, representavam um duelo, quando um deles deu um passo em falso e derrubou o cenário veneziano. O câmera desviou-se do desastre e procurou focalizar em close só o rosto dos atores. Mas eles estavam tendo um acesso de riso.

Walter Foster tomou Vida Alves nos braços, atraiu-a para si e beijou-lhe a boca. Acontecia enfim a cena que os teventes( termo da época para telespectadores) aguardavam com ansiedade. Fora dado o primeiro beijo da história da televisão brasileira. Um beijinho insosso, diria mais tarde o galã. A cena se passava na primeira telenovela da Tupi, Sua Vida me Pertence, iniciada em 21 de dezembro de 1951. A novela, que era apresentada duas vezes por semana, despertou o entusiasmo do público.

Em 1952 a TV Tupi inaugurou um novo programa, o TV de Vanguarda, idealizado por Gabus Mendes para divulgar os clássicos da literatura mundial. Foi lançado também o Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, adaptado por Tatiana Belinky e dirigido por Júlio Gouveia.

Enquanto a música Saudamos a Todos da América do Sul era executada na abertura da programação da Tupi, aparecia na tela o símbolo da emissora, um indiozinho desenhado por Mário Fanucchi. O preço de um televisor na época, era de 9.000 cruzeiros, três vezes mais caro que uma boa vitrola. Só as pesssoas mais ricas podiam comprar, em 1951, haviam 375 televisores em São Paulo.

Fonte de pesquisa: Nosso Século, Abril Cultural, 1980.

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