21 de junho de 2009

Miniusinas solares

A Universidade Federal de Santa Catarina inaugurou na manhã da última sexta-feira (19/6) três novos geradores solares fotovoltaicos. Dois deles estão instalados no campus, no Hospital Universitário e no Colégio de Aplicação. O terceiro está no aeroporto Hercílio Luz.


Além de demonstração, as novas estruturas permitirão acompanhamentos e estudos de desempenho. As instalações são resultado de uma parceria entre UFSC, Tractebel Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No HU, a “miniusina” é formada por 15 módulos fotovoltaicos e cobre o telhado de um ambiente que poderá ser usado por qualquer pessoa que esteja na área do hospital. No Colégio de Aplicação o acesso é restrito, para uso dos estudantes como espaço de lazer, para lanchar e convivência. No Aeroporto Hercílio Luz, os módulos fotovoltaicos estão montados sobre a cobertura do Terminal de Carga Aérea.


Instalados em locais diferentes, os três sistemas terão a geração influenciada por suas localizações. A estimativa de geração média mensal é em torno de 200kWh, equivalente ao consumo de uma residência de dois dormitórios, com duas a quatro pessoas. "Os sistemas fotovoltaicos são conectados à rede e possuem um conjunto de módulos fotovoltaicos, que geram tensão e corrente contínua (CC), a partir da energia do Sol. A saída do painel fotovoltaico é levada a um inversor, que converte CC em CA. A saída do inversor (CA) é conectada à rede elétrica do prédio, no quadro de alimentação. Assim, a energia gerada pelo sistema é injetada na rede elétrica, alimentando cargas do prédio, que podem ser lâmpadas, computadores, etc.”, explica o pesquisador Trajano Viana, ligado ao Laboratório de Energia Solar (Labsolar) e ao Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE), ambos da UFSC.


Segundo ele, quando há Sol existe geração fotovoltaica e o sistema supre uma parcela da energia consumida pelos aparelhos elétricos do prédio, proporcionando redução do consumo de energia da rede pública. Quando não há Sol, o sistema não gera e a energia virá totalmente da rede pública. Além disso, caso falte energia na rede do prédio, por desligamento da concessionária ou do disjuntor geral do quadro de alimentação, o inversor se desliga automaticamente e corta o fornecimento – e a rede fica desenergizada. Ao retornar a energia na rede do prédio, o inversor detecta a tensão e, automaticamente, se reconecta e passa a fornecer energia. “Todo esse processo de geração, conversão, autodesligamento, religamento, etc, ocorre de forma automática, silenciosa, sem qualquer interferência humana. Não há necessidade de um operador para o sistema fotovoltaico”, explica Viana.

Equipe estuda potencial e possibilidade de paridade

Os estudos no campo da energia solar vêm sendo desenvolvidos na UFSC há anos e diversos projetos buscam mostrar o potencial desse tipo de geração. Um deles, chamado Telhados Solares, avaliou o potencial da energia solar em Florianópolis. Os resultados obtidos demonstram que, embora a capital catarinense esteja localizada numa região de baixa incidência solar, correspondendo possivelmente ao caso mais desfavorável no país, ela está bem distribuída e pode proporcionar economia de energia elétrica e redução da demanda em horários de pico diurno (que ocorre devido ao uso de ar condicionado).


Estudos do grupo indicam também que, entre 2012 e 2013, algumas regiões do Brasil poderiam ter preços equivalentes de energia fotovoltaica e tarifa residencial. Os dados foram obtidos em simulações de cenários para um programa solar brasileiro. As simulações foram realizadas através do desenvolvimento de planilhas eletrônicas, onde é possível identificar, entre diversos itens, o custo total do programa, o impacto tarifário que teria pela diluição dos custos aos consumidores finais e o momento em que o preço da energia fotovoltaica e da tarifa cobrada pela concessionária seria o mesmo para o usuário final. O objetivo das equipes com esse tipo de estudo é gerar dados que auxiliem o desenvolvimento de políticas públicas para uso da energia solar no país.


Mais informações: Trajano Viana / Laboratório de Energia Solar / Laboratório de Eficiência Energética em Edificações / Fone: 48 3721-5184 / 3721-5185 / E-mail: trajano@labeee.ufsc.br

Saiba Mais:
- A UFSC inaugurou em 1997 a primeira instalação solar integrada à arquitetura e interligada à rede elétrica pública do Brasil. O sistema continua funcionando e convertendo energia solar em eletricidade por meio de módulos fotovoltaicos instalados na cobertura do Bloco A do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC.
- Desde então a UFSC já implantou vários outros geradores utilizando esta tecnologia. Um deles na Fortaleza de Ratones. Outro está no Centro de Cultura e Eventos da universidade desde 2000.Os módulos foram integrados à cobertura do Centro, com o objetivo de demonstrar o potencial da energia solar.

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom/UFSC

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Um comentário:

  1. Esta deverá ou já deveria ser a maior fonte geradora de energia no mundo.
    A paz

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