4 de julho de 2010

Inclusão digital rural moderniza o campo

No campo ou na cidade, nas empresas ou nas residências, nas escolas ou nas universidades – em qualquer ambiente, viver sem computador significa estar alienado do mundo. Pela natureza geoeconômica e pelas condições infraestruturais, a população rural é, historicamente, aquela que está mais afastada dos avanços da tecnologia.

Para reduzir essa distância, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em Santa Catarina, órgão ligado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), desenvolve desde 2009 o programa INCLUSÃO DIGITAL RURAL que já beneficiou 2.413 participantes com 244 cursos e quase 4.000 horas de treinamento.

O objetivo é levar a informática ao campo com o compromisso de oportunizar aos produtores e trabalhadores rurais o acesso às tecnologias e informações para aumentar a eficiência e a competitividade da agricultura familiar e da agricultura comercial, informa o presidente do sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo.

O programa absorve recursos da ordem de 1 milhão de reais e envolve o Senar, a Faesc, a Confederação Nacional da Agricultura e os Sindicatos rurais, salienta o superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi. Os treinamentos serão ministrados em aproximadamente 50 salas espalhadas em todas as regiões do território catarinense, sendo 20 salas junto as sedes dos Sindicatos Rurais e outras 30 salas de entidades parceiras, descentralizadas nas diversas comunidades.

O programa oportuniza acesso às tecnologias de informação e comunicação, visando obter eficiência na propriedade rural e melhoria na qualidade de vida. Outro objetivo é integrar o homem do campo com o mundo das informações por meio do acesso ao Canal do Produtor (www.canaldoprodutor.com.br) criado pela CNA e pelo Senar.

O público-alvo do programa é formado por produtores e trabalhadores rurais e seus familiares sem conhecimento de informática. “Este público precisa ter informação em tempo real para se tornar mais eficiente em sua propriedade. Uma inserção mais agressiva no mercado e um resultado comercial mais rentável são alguns dos efeitos esperados”, expõe Pedrozo.

DESEMPENHO

O programa foi criado em 2009 e aperfeiçoado em 2010 dentro do conceito e dos objetivos da formação profissional rural. Tem como base dois cursos: o treinamento em INCLUSÃO DIGITAL com duração de 16 horas e o treinamento em INFORMÁTICA BÁSICA, com mais 16 horas. As turmas são de dez participantes que concluem o primeiro e, depois, o segundo módulo. Quem for familiarizado com o computador pode fazer, diretamente, o curso de informática básica.

O conteúdo do primeiro módulo inclui introdução à informática, como utilizar o computador e seus periféricos, introdução aos aplicativos BrOffice, Internet e navegação na web, adotando-se o sistema operacional Ubuntu. O segundo módulo contempla o emprego avançado de recursos de processamento eletrônico de dados.

A coordenadora de treinamento do Senar/SC, Estela Macedo, realça que os efeitos da inclusão digital são visíveis na vida prática das famílias rurais que recebem mais informação, orientação, cultura e lazer, podendo, inclusive, reduzir a pressão sobre o êxodo rural.

Em 2009, na fase experimental do programa, foram ministrados 29 cursos para 244 participantes que receberam 464 horas de capacitação. Em cada uma dessas cidades, o Sindicato Rural recebeu 10 computadores, mesas e cadeiras do Sistema CNA em parceria com a Faesc.

No primeiro semestre de 2010 foram ministrados 158 cursos de iniciação à informática com 1.596 participantes e carga horária total de 2.528 horas. E, ainda, 57 cursos de informática básica com 573 participantes, totalizando 912 horas de treinamento.

Na região de Campos Novos, o programa formou homens e mulheres de todas as idades. “Hoje, dependemos da informática. É uma ferramenta essencial em nossas vidas, independente da idade”, assinala o presidente do Sindicato Rural, Fernando Rosa. Acrescenta que “ver o produtor interagindo com outras pessoas é gratificante e faz parte da inclusão. Nos sentimos gratificados por oferecer oportunidades para as pessoas que tem interesse de fazer parte da era digital”.

A novidade da primeira turma de 2010 de Campos Novos é a formação por senhoras da terceira idade. “Dona” Idalina Ceni, 81 anos, comprou um computador e se interessou em aprender as ferramentas básicas, para se comunicar com a família que mora em outro município. “Usar apenas o telefone aumenta os custos, temos que nos adequar às novidades”, explica “dona” Idalina.

EVOLUÇÃO

O superintendente do Senar, Gilmar Zanluchi, realça que os produtores e trabalhadores passam a utilizar o computador como ferramenta de gestão da propriedade rural e acesso à informação técnica e mercadológica. Com informação, pode controlar de forma eficaz investimentos, custos de produção, rentabilidade e a própria viabilidade do negócio .

-“O que era anotado em caderno, hoje está armazenado no computador, permitindo ao produtor e empresário rural tomar decisões acertadas, porque embasadas em informações. Essas informações são obtidas em várias fontes mas, principalmente, através do site “canal do produtor”.

O computador e a internet representam, atualmente, importante avanço, como foi, no passado, a abertura de estradas e acessos rodoviários, a implantação da energia elétrica e da telefonia rural.

3idade

Terceira idade participa do programa Inclusão digital

Fonte: MARCOS A. BEDIN

MB Comunicação Empresarial/Organizacional

mb@mbcomunicacao.com.br

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