28 de março de 2010

O desafio de reter os jovens no campo

O futuro da agricultura brasileira e da vasta cadeia do agronegócio dependerá de manter a juventude no campo. Este é um desafio para o qual se voltam as cooperativas. Manter os jovens no campo, satisfeitos e motivados, dispostos a agregar tecnologia e produzir com eficiência. Nosso dever é lutar pela preservação do modelo agrário catarinense, notabilizado pela densa ocupação minifundista e pela intensa produção.

O cooperativismo é essencial para a economia catarinense e os jovens são essenciais para a perpetuação do cooperativismo. Um terço dos catarinenses está diretamente relacionado ao cooperativismo. Em Santa Catarina funcionam 255 cooperativas de 12 diferentes ramos (agropecuário, consumo, crédito, educação, especial, habitação, infra-estrutura, mineração, produção, saúde, trabalho e transporte)que movimentam R$ 12 bilhões por ano. Isso equivale a 12% do PIB do Estado. Juntas, elas reúnem 860.000 famílias associadas que representam 2,5 milhões de pessoas.Para o desenvolvimento de suas atividades, as sociedades cooperativas empregaram diretamente mais de 30.000 pessoas.campo

As cooperativas e demais instituições que atuam no universo do setor primário precisam saber o que quer o jovem rural; quais as suas expectativas para o futuro; o que fazer para satisfazer suas necessidades e aspirações a fim de mantê-lo como um dos protagonistas do rico e multifacetado universo da agroeconomia catarinense.

     O jovem rural quer é ser ouvido e respeitado. Ouvido em seus anseios e desejos; respeitado em suas opiniões e posições. O jovem quer educação de qualidade, oportunidade de atualização, recreação e lazer; quer falar e ser ouvido, valoriza o cooperativismo e não quer só participar mas, especialmente, oportunidade de ocupar postos de relevância e comando. Esses resultados orientam a atuação das cooperativas e se transformaram em exitosos programas de ação.

     Jovens do campo e da cidade compartilham preferências – a maioria delas, é claro, ditadas pela força da mídia – no modo de vestir e de falar, nos ídolos do momento, nos times preferidos, nas bandas musicais, nos filmes etc. O primeiro efeito dessa homogeneização não é somente a expansão dos horizontes do jovem rural, mas, essencialmente, a criação de novas necessidades e o surgimento de novas expectativas.

     Nesse processo,  a expansão dos meios de comunicação de massa, especialmente da mídia eletrônica (Rádio e TV), experimentada a partir da década de 1980, proporcionou absoluta integração territorial. Todos os produtos da indústria cultural consumidos nas cidades constituem-se, rigorosamente, nas mesmas mensagens consumidas pela população rural. Os veículos da mídia impressa – jornais e revistas especializadas – chegam, hodiernamente, com regularidade às famílias rurais. O nível de informação sobre a atualidade brasileira e mundial das comunidades urbanas e rurais, hoje, equivale-se.

Através do Serviço de Aprendizagem do Cooperativismo (Sesccop/SC), as cooperativas têm a sua disposição vários programas. Além disso, promovem-seeventos dirigidos às mulheres, esposas e filhas de cooperados que disseminam informações específicas a esse público-alvo nas áreas de saúde, relacionamento familiar, atividades econômicas específicas, mesclando com a cultura do cooperativismo. Destaque-se que, em paralelo a estas, há outras atividades empreendidas pelas próprias cooperativas.

        Certamente os jovens que permanecem no campo assim o fazem após vivenciar o conflito entre os "atrativos" da cidade e a tranquilidade, embora dura, da vida do campo. Uma vez absorvidos ensinamentos em que evidencia-se a possibilidade de transformar a produtividade nas propriedades em renda que atenda às suas necessidades, poderá convencer-se pela permanência em seu "habitat" natural. A gestão profissionalizada, controles de custos, organização de atividades em paralelo às técnicas de produção demonstram ser possível viabilizar economicamente uma propriedade agrícola, ainda que pequena.

Por: Marcos Antonio Zordan/Presidente da OCESC

(Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina)

Fonte: MARCOS A. BEDIN

MB Comunicação Empresarial/Organizacional

mb@mbcomunicacao.com.br

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