A região Sul do Brasil é mostra das desgraças ambientais. Ora chove em demasia, causando cheias, ora a chuva não aparece, provocando grande seca. “Já não se tem meio termo.”
A análise é do vice-presidente do Instituto Ecológica e consultor em mercado de carbono, Divaldo Rezende. “O planeta está doente”, declarou em entrevista para o Instituto Humanitas, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
“É muito importante todo o trabalho de informação, de educação ambiental, para que as pessoas possam ter a percepção do que está acontecendo hoje no planeta”, defendeu.
A Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague, deverá tomar decisões importantes para o futuro do planeta. Dentre esses temas, Rezende arrola a questão das energias renováveis, a mudança do uso da terra, a biodiversidade e a expansão da pesquisa e transferência de tecnologia para diminuir a emissão de carbono e contar com matriz elétrica limpa, sem queima de combustíveis.
Cerca de 80% das emissões dos gases de efeito estufa ainda são provenientes da queima de combustíveis fósseis, lembrou Rezende. Desmatamentos e queimadas, que dizem respeito ao uso da terra, também contribuem para a emissão dos gases de efeito estufa.
A biodiversidade, explicou Rezende, “tem uma relação muito direta com mudanças do clima. Muitas espécies acabam sendo extintas em função do clima, ou alteração do volume de água, de secas, e uma série de outros acontecimentos.”
Para o desenvolvimento de tecnologias limpas, a pergunta é de onde vem o dinheiro, de onde vêm os recursos para a transferência de tecnologia para reduzir os gases de efeito estufa. “Vários especialistas estão falando que o tamanho da conta é entre 200 e 400 bilhões de dólares”, informou Rezende.
O consultor espera que a COP15 (Conferência das Partes, e leva o número 15 pois é a décima quinta vez que ocorre uma discussão geral sobre mudanças climáticas), agendada para Copenhague, defina diretrizes a respeito da Redução às Emissões por Desmatamento e Degradação, programa que leva o nome de REDD.
As partes, às quais se refere a sigla COP15, são os países signatários, 89 Estados, entre eles o Brasil.
Reunidos em Belém do Pará no início do mês, representantes de organizações e movimentos sócio-ambientais, de quilombolas e de povos originários, de estudantes e de trabalhadores da agricultura famíliar pediram que o governo brasileiro rejeite a utilização de REDD “como mecanismo de carbono e que o mesmo não seja aceito como compensação às emissões dos países do Norte”.
O seminário “Clima e floresta – REDD e mecanismos de mercado como solução para a Amazônia?” defendeu a transição para um novo modelo de produção, distribuição e consumo, baseado na agroecologia, na economia solidária e numa matriz energética diversificada e descentralizada, que garantam segurança e soberania alimentar.
“Precisamos de acordos que obriguem os países do Norte a reconhecerem a sua dívida climática e a se comprometerem com a reparação da mesma”, defende o documento tirado do encontro.
Fonte: ALC
Enquanto os interesses econômicos estiverem acima de tudo, nada vai melhorar. Tanto lá quanto cá o importante é aquecer a economia já, sem se importar com o amanhã. Bilhões investidos apenas em Petróleo quando poderiam ser destinados a energias limpas. Infelizmente a tendência é piorar.
ResponderExcluirAbraços
Infelizmente os governos não apredem com as tragédias. Após os dramas que vimos ano passado no sul, pouca coisa foi feita para prevenir e proteger a população. Algo deve ser feito e já. Abraço.
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