19 de janeiro de 2010

As aprendizagens possiveis

Existem estrelas longínquas que não conseguimos enxergar. Céus, astros, realidades que não temos acesso. Por trás do simples pedaço de pêssego, ou de qualquer matéria, há um universo desconhecido dos nossos sentidos. Pego um livro, leio um mapa, ouço notícias e tudo parece me colocar no lugar da minha insignificância. Vejo pouco, sei pouco, com certeza minimamente, diante de tudo o que faz parte do universo. Para conhecermos algo, nos diz a Lógica, a primeira operação do intelecto é perceber a sua existência através do olhar, audição ou tato. Cito ainda a fala, pois o ato de falar é uma forma de desvendar mistérios, principalmente aqueles entranhados em nós ou na nossa relação com os outros.

Mas... o que percebemos e conhecemos é um simples recorte, um mínimo detalhe de um cenário infinito que não se mostra totalmente mas que por certo existe. Pensemos quantos mundos habitam o espaço sideral, formas de vida, sei lá! Seria muita prepotência, pensarmos ou vivermos como se conheespaçocêssemos e soubéssemos tudo. Isso se sustenta somente nas vivências infantis, onde a percepção do mundo se resume à janela do olhar sobre si mesmo. Ilusoriamente na infância o poder está em nós! A famosa onipotência infantil que, quando mantida indefinidamente, é uma das características da loucura.

É muito incrível saber que habitamos diariamente o desconhecido, o inusitado. Isso pode ter o sabor de uma conquista de novos horizontes e experiências, ou ser fonte de medo e angústia. Para outros há a possibilidade de desencadear um mecanismo de introversão onde só há espaço para a inibição. Então, a priori, nada é traumático ou cognoscível em si, uma vez que possivelmente tudo depende também do nosso “olhar”, ou da forma como interpretamos e damos significados, ou não, às vivências que nos concernem.

Podemos ter o raciocínio preso, assim como o agir, ou o sentimento! Podemos fazer valer o nosso potencial ou viver como se ele não existisse, escondendo-o, inibindo-o. Vergonha? Medo? De quê? Quantas amarras! Medo de desagradar, de não ser amado, de não ser percebido? Esse parece ser o fantasma eterno que nos assombra e ao mesmo tempo tende a nos acomodar na ilusão e proteção do que a princípio já é conhecido.

Quantas coisas a aprender, a desvendar! A vida em si é pródiga em novidades boas ou não. A doença é quando ficamos nos clichês, na versão única, no impedimento, quando patinamos e relutamos em aprender sobre nós e o mundo. Sair dessa postura diante do mundo e de si mesmo é um desafio para quem está na luta!

Texto de: Návia T. Pattussi – Psicanalista/naviat@terra.com.br

Fonte: MARCOS A. BEDIN/MB Comunicação Empresarial/Organizacional/mb@mbcomunicacao.com.br

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2 comentários:

  1. Estar na luta é realmente a base da coisa. Quem luta é porque não se acomodou nem se rendeu.

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  2. Tantas coisas para aprender, mais mesmo assim não sabemos quase nada.

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