A publicação do edital para contratação do projeto técnico da futura ferrovia leste-oeste, conhecida como “Ferrovia do frango” e “Ferrovia da integração” – anunciada nesta semana pelo Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (DNIT) – representou uma forte injeção de otimismo nas classes produtoras e lideranças do grande oeste catarinense.
A ferrovia terá 700 quilômetros de extensão, ligando a fronteira Brasil/Argentina com o litoral, tendo nos dois extremos o porto marítimo de Itajaí e o porto seco de Dionísio Cerqueira. A obra está orçada em 1 bilhão 860 milhões de reais. O projeto técnico, em fase de licitação, definirá o traçado da estrada de ferro que cortará todo o território catarinense.
O presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Marcos Antônio Zordan, destacou que a ferrovia retirará milhares de caminhões das rodovias, reduzindo o impacto ambiental. Proporcionará redução de custos, beneficiando produtores rurais, indústrias e consumidores, além de facilitar a logística de operação dos portos. Lembrou que não apenas o frango e os produtos das agroindústrias, mas produtos in natura e a produção industrial serão transportados pela ferrovia. Zordan observou que na definição do traçado é essencial priorizar as zonas de concentração da produção em razão das soluções logísticas.
O presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Clever Pirola Ávila, prevê impacto positivo da ferrovia na redução dos custos de exportação dos produtos acabados. Observa que todo transporte está baseado em rodovias, as quais estão congestionadas em Santa Catarina. “A BR 282 e a BR 470 são gargalos pelo subdimensionamento, congestionamento, morosidade, etc, que propiciam consumo excessivo de combustíveis, muitos acidentes, custos altos e um impacto ambiental desnecessário”.
Ávila avalia que, atualmente, 27% da produção nacional de aves poderia circular nessa ferrovia. Por isso, a ferrovia do frango é adequada para as soluções de todos os entraves, reduzindo custos e nos alinhando a competitividade necessária.
Para o presidente da Coopercentral Aurora, Mário Lanznaster, um dos maiores conglomerados agroindustriais do país, a ferrovia será a garantia de permanência das indústrias no oeste catarinense. O dirigente considera igualmente importante a construção da rodovia que ligará Chapecó ao Mato Grosso do Sul, incorporando o projeto da Ferroeste, do Paraná, ao qual já aderiu formalmente o governo catarinense. O centro-oeste fornece 1,5milhão de toneladas de milho para as agroindústrias catarinenses.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC), João Carlos Stakonski, elegeu em seu plano de gestão a questão das ferrovias e festeja que “os empresários e a classe política se conscientizaram da importância dessa obra para a economia regional. Ela trará mais desenvolvimento ao oeste e mudará o perfil de nossa infraestrutura”.
Por: MARCOS A. BEDIN
MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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