No dia 1º de março, primeiro dia de carnaval, foram realizadas as eleições de 1930. Apuradas as urnas, vence o candidato governista Júlio Prestes com mais de um milhão de votos, contra 737 mil para Getúlio Vargas. A Aliança Liberal estava derrotada. O slogan "O programa é mais do povo que do candidato" não conseguiu desbancar a máquina eleitoral montada pelo governo em 17 estados. A fraude dominou o pleito de parte a parte.
Com a derrota nas urnas, restava a Aliança Liberal apenas um caminho para chegar ao poder: a Revolução. Porém, não são todos que querem palmilhar as trilhas conspiratórias. Falsa ou verdadeira a frase atribuída a João Pessoa é um exemplo disso: "Nunca contarão comigo para um movimento armado. Prefiro 10 Júlio Prestes a uma revolução". Entretanto, líderes políticos de Minas Gerais, Antonio Carlos, do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas, os tenentes revolucionários da Coluna Prestes e outros chefes dos levantes de 1922 e 1924, como Juarez Távora, João Alberto, Siqueira Campos e Cordeiro de Farias já conspiravam contra o governo federal. O ideal dos tenentes era a moralização do aparelho de Estado e o fim da política dos governadores.
Luis Carlos Prestes, ex líder dos tenentes, foi convidado a assumir o comando das fileiras revolucionárias da Aliança Liberal, mas recusou-se a um compromisso com os aliancistas. Havia deixado para trás as vagas aspirações do tenentismo e suas preocupações sociais se cristalizavam no marxismo. O chefe da Coluna Prestes desconfiava de seus aliados liberais de 1920, pois estes congregavam velhos inimigos dos tenentes como os oligarcas Artur Bernardes e Epitácio Pessoa adeptos do velho sistema dos governadores. Mas enquanto Prestes se recusava a aderir à revolução outros setores militares aderiram ao movimento, entre eles, Góis Monteiro e Juarez Távora.
Em Minas Gerais, no Nordeste e no Sul, sucedem-se reuniões de militares descontentes coma velhice carcomida do regime, a maioria são simpatizantes da Aliança Liberal. Conspira-se em quartéis e assembléias. Apesar de eleito presidente, o paulista Júlio Prestes tem poucas chances de governar o país.
Fonte de Pesquisa: Nosso Século, Abril Cultural, 1980.
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