Sempre tem quem se aproveita das calamidades para lucrar mais. O excesso de chuva na região noroeste de Mato Grosso está deixando empresários e moradores preocupados com o impacto na economia local. Em Guariba, distrito de Colniza, município de 40 mil moradores situado a 1065 km de Cuiabá, o litro da gasolina disparou e chega a ser negociado a R$ 12 - normalmente, o preço varia de R$ 3,5 a R$ 4 -, segundo relatos de moradores e comerciantes ouvidos nesta terça-feira (15) pela Agência Sebrae de Notícias.
“A prefeitura está mandando combustível de avião para Guariba e o comércio local está parado”, informa Robério Cavalcante, secretário municipal de planejamento.
O distrito, de 7 mil habitantes, fica a 150 km da sede do município e está isolado. Para chegar até lá, é preciso atravessar o Rio Aripuanã de barco ou em canoas improvisadas, por causa da queda de uma ponte de 274 metros na rodovia MT-206. “A ponte que caiu sempre foi de madeira e é muito frágil”, relata o secretário.
Dono da Auto Peças Três Irmãos, Whemerson Vieira confirma a situação relatada pelo secretário. “Aqui em Guariba tudo tá muito caro, a renda acabou e o movimento está muito fraco”, resume.
A rede elétrica, alimentada por geradores que funcionam a base de óleo diesel, também foi atingida, e os moradores convivem com o racionamento de energia. Os cortes duram das 13h às 19h, e da meia noite às 7h.
No caso do distrito de Três Fronteiras – situado na divida entre Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, a situação é mais complicada. Os rios Guariba e Água Branca estão seis metros acima do nível normal, e também é preciso atravessá-los de barco para chegar à localidade.
Os atoleiros nas estradas aumentam os custos dos fretes e comprometem os lucros, tanto dos comerciantes como das empresas transportadoras. Nos últimos dias, a chuva diminuiu de intensidade, mas continua castigando o município. Segundo estimativa do secretário, cerca 12 mil pessoas estão sem trabalhar, devido à dificuldade de comunicação e transporte na região.
A economia local está baseada na produção de café, madeira e gado. Pequenas propriedades e assentamentos dominam a atividade econômica e movimentam o comércio local. Há aproximadamente 150 lojas em Colniza, sendo 95% delas micro e pequenas empresas, de acordo com a Associação Comercial e Industrial da cidade.
“As estradas estão muito precárias. A cidade está deserta. A situação está muito difícil para todos os comerciantes, pois não paramos de pagar impostos e fretes, e as vendas pararam”, se queixa Vítor Pereira Assunção, presidente da Associação Comercial e Industrial de Colniza (Acic). A cidade não conta agência bancária, apenas um caixa eletrônico do Banco do Brasil e um posto do Sicred (Sistema de Crédito Cooperativo).
Fonte: www.agenciasebrae.com.br
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