27 de janeiro de 2012

Catarinense patenteia produto que evita infecções em animais

É possível inovar e ser um empresário no campo com incentivo e apoio. O produtor rural pode ter visão empreendedora e fazer a diferença. Um bom exemplo vem do município de São José, no litoral de Santa Catarina. Um produtor não só teve uma boa ideia como foi atrás e desenvolveu o projeto: criou um anel que é colocado no brinco de identificação dos animais para evitar a ocorrência de infecções. Com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC), patenteou o produto e pensa em comercializá-lo.

Oscar Nazareno de Sousa é pecuarista e técnico em reprodução animal e possui uma propriedade em Forquilhinhas, São José. Ao analisar que era comum a ocorrência de infecções nas orelhas dos animais após a colocação do brinco de identificação, começou a pensar em produtos que evitassem as doenças, mas que fossem diferenciados dos existentes.invcat1

Em 2011, quando participou do Programa Empreendedor Rural (PER) do Senar/SC em Angelina, o produtor manifestou interesse do projeto e recebeu o apoio dos instrutores da entidade e do Sindicato Rural de São José para desenvolver a pesquisa. A experiência iniciou com 150 bovinos e deu certo. Em outubro, Sousa encaminhou o processo para patentear o produto, registrado como “Anel repelente e cicatrizante para identificação animal”, para ser usado em bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos.

Hoje, o produto serve como base de pesquisa em búfalos, na região de Dourados (SP), coordenada pelo Centro de Pesquisa do Agronegócio da Universidade de São Paulo (USP). “É muito gratificante ver um projeto se desenvolvendo e, ainda mais, por ser um produto benéfico para milhares de produtores que enfrentam esse problema com os animais”, salienta o produtor.

Sousa comenta que geralmente os produtores aplicam o brinco e deixam o animal ir ao campo. Quando percebem, as infecções tomaram conta da orelha do animal. O anel contém um anti-inflamatório que evita a ocorrência de doenças. Além disso, o repelente mata as larvas que são deixadas pelas moscas no local, impedindo a presença de miíase – mais conhecida como bicheira. “Os medicamentos atuam cerca de 35 dias no local, prazo superior as duas semanas consideradas críticas para o surgimento de doenças após a perfuração para o uso do brinco”, explica.

O laudo cieninvcat2tífico que comprova os resultados sairá nos próximos dias. O passo seguinte, de acordo com o produtor, é buscar incentivos para comercializar o produto. “Já recebi proposta para vender o projeto ou então negociar e receber os royaltes mensalmente. Mas há também a possibilidade de investir na comercialização, se conseguir apoio”, enfatiza.

Na avaliação do produtor, o apoio do Senar/SC foi fundamental para o desenvolvimento do projeto. “A participação no PER me fez ver que é possível gerenciar a propriedade, agregando valor ao nosso trabalho. Também nos proporcionou visão de gestão e empreendedorismo, essenciais para crescer e permanecer no campo”, conclui.

O Programa Empreendedor Rural é oferecido gratuitamente pelo Senar/SC, tem duração de 136 horas e visa transformar o produtor rural em empreendedor, desenvolver competências inovadoras e preparar líderes para ações sociais, políticas e econômicas sustentáveis no agronegócio brasileiro. “É uma forma de preparar os produtores para enfrentar o mercado cada vez mais exigente. Ter resultados de projetos como esse desenvolvido em São José nos motiva a investir cada vez mais em qualificação no campo. Dessa forma o Senar/SC e a Faesc fortalecem o meio rural, além de elevar a qualidade de vida das famílias rurais catarinenses”, avalia o superintendente do Senar/SC, Gilmar Zanluchi.

Fonte: MARCOS A. BEDIN

MB Comunicação Empresarial/Organizacional

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