Na Semana dos Povos Indígenas de 2010, de 18 a 24 de abril, o Conselho de Missão entre Índios (Comin) vai apresentar o mundo Kanamari do Amazonas, povo que se autodenomina de Tukuna, que significa “gente”.
Apesar da redução do seu território e a desorganização de suas instituições sociais provocadas pelo primeiro ciclo da borracha na Amazônia, a partir do século XIX, os Kanamari conseguiram sobreviver à forte dominação da empresa seringalista.
Ser índio Kanamari é “usar a própria língua, produzir a própria comida, realizar as festas e cantar no terreiro, cuidas e defender nossa terra, não abandonar nossos costumes, dividir o peixe e a caça”, explica o professor Pima Cleuzael Kanamari, da aldeira Flexal, do rio Xeruã, afluente do rio Juruá.
Os Kanamari têm conseguido manter a riqueza e a complexidade da sua língua, sua mitologia e rituais. O último censo realizado pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa), em 2006, estimou a população dessa família indígena em 1.654 pessoas.
A maioria dos Kanamari vive nos tributários do alto-médio rio Juruá, no Estado do Amazonas. A sua cosmovisão é composta de três esferas: o céu (kodonake), morada dos espíritos e dos ancestrais, a aldeia e a floresta (itsunim).
O espírito da onça (Pida) permeia toda a vida do povo Kanamari e o pajé (tukunabauh) é figura importante na aldeia. Eles respeitam a natureza, pois entendem que árvores, rios e terra têm vida. “Nós, indígenas, podemos não conhecer muito de livros, mas sabemos respeitar a natureza, não poluímos ou destruímos a mata irresponsavelmente”, afirmam.
“Se poluirmos o ar, pegaremos doença que nós mesmos criamos. Nós, indígenas, precisamos do ar, por isso que o respeitamos”, admitem.
O Comin é órgão da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e a assessora, desde 1982, no trabalho com os povos indígenas. O Comin tem como princípio e compromisso apoiar as prioridades colocadas pelos povos e comunidades indígenas, respeitando o seu jeito de ser e a sua cultura.
Fonte: ALC
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