22 de novembro de 2009

A mulher voadora

Ela foi a primeira mulher a receber o brevê de piloto de planador e também a primeira a saltar de pára-quedas na América do Sul. Personalidade de vulto na aviação brasileira, Ada Rogato nasceu em São Paulo em 22 de dezembro de 1922, filha dos imigrantes italianos Guilherme Rogato e Maria Rosa Grecco Rogato. O legado que esta brilhante aviadora deixou é de grande relevância no cenário da aviação brasileira diante de seus feitos.

Ada destacou-se como a primeira piloto de planador (nº25), primeira dobradora de pára-quedas, primeira pára-quedista a saltar em São Paulo e na América do Sul. Recebeu o terceiro brevê de piloto civil internacional da FAI, o de nº 248, em 1940, e de nº1.314, para avião categorias "A" e "B". Seus vôos eram sempre realizados em aviões monomotores. Como pára-quedista, sagrou-se campeã e executou 105 saltos.ada_foto_divulgação_FundaçãoSantosDumont

Sempre ousada, sua principal característica era voar sozinha, ainda que a aeronave possuísse recursos limitados. Àquela época,a infra-estrutura da aviação era modesta, o que não impediu a arrojada piloto de realizar inúmeros reides. Em 1950, pilotando um Paulistinha CAP-4, o PP-DBL, cobriu 11.691 quilômetros, em 16 horas de vôo, ocasião em que transpôs, pela primeira vez, a Cordilheira dos Andes. Foi, então, a brasileira que teve a primazia de efetuar essa proeza.

Em abril de1951, sozinha, em sua epopéia aérea, percorreu no PT-ADV, de 90 HP, 51.064 quilômetros em 326 horas de vôo, visitando 28 países. Decolou da Terra do Fogo, rumo ao Alasca, no mais longo reide efetuado por um aviador solitário. Em 1952, em seu pequeno Cessna 140 -A, partiu do Campo de Marte (SP) para a Bolívia, pousando no mais alto aeroporto do mundo, El Salto, situado a 4.071 metros de altitude. Superou no vôo, com sua habilidade, o ar rarefeito, o qual provocava queda na potência do motor.

Como prestadora de serviço no Instituto Biológico, sendo pilota, executava serviços experimentais de combate à broca do café. Foi quando sofreu um acidente na propriedade Agrícola Chantebled pertencente a Companhia Cafeeira do Rio Feio, em Cafelândia, SP, Serviço de polvilhamento com o Gamexame, em 1948.

Teve como homenagem o nome de uma cachaça “Voadora” e, em São Paulo, na Lapa, uma praça e em Ribeirão Preto a Rua Ada Rogato no Loteamento Cândido Portinari. No ano de 2000, os Correios lançaram carimbo postal e selo comemorativo dos 50 anos do sobrevôo dos Andes por Ada com o CAP-4 de 65HP PP-DBL, Brasileirinho, sob o tema “Mulheres Aviadoras”. O carimbo postal apresenta os seguintes dizeres: Homenagem às Mulheres Aviadoras Pioneiras da Aviação no Brasil – 1º dia de circulação: São Paulo-SP- 8.2.2000.

Antes de falecer, em 17 de novembro de 1986 foi presidente da Fundação Santos dumont e diretora do Museu de Aeronáutica e do Espaço.

Fontes de pesquisas: www.santosdumont.org.brwww.captain.lucyl.nom.br, www.biologico.sp.gov.br 

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3 comentários:

  1. Realmente a Alda foi uma pioneira da aviação brasileira e imagino as suas dificuldades pela época. Nossa homenagem para esse exemplo de trabalho e novos horizontes.
    Um grande abraço

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  2. Luiz,

    Muito interessante essa matéria.

    Faz algum tempo que eu vi, na TV, uma reportagem sobre essa nossa 1ª voadora, a Ada.

    É fantástico mesmo, pois naquela época qualquer evento desse tipo já era novidade e despertava curiosidade de todos.

    Outro dia, também na TV, vi uma reportagem sobre a primiera mulher a saltar de paraquedas e a dirigir um automóvel em sua cidade. Tam´bém achei formidável.

    Bjs.

    Rosana.

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  3. Qual é mesmo o nome da cidade que Alda se acidentou em um plantação de café?
    me informe:
    Fernandoffonseca@hotmail.com

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