30 de setembro de 2012

Como nasceu a Estação da Luz

O desenvolvimento de São Paulo, a Metrópole do Café, não teria sido possível sem a implantação das estradas de ferro, que permitiram levar o Ouro Verde das zonas produtoras ao porto de Santos, distribuindo produtos das indústrias e trazendo matérias primas. Em 1867, a São Paulo Railway Co., com sede em Londres, inaugurou uma ferrovia ligando Santos a Jundiaí. Esta ferrovia percorria várzeas e lugares planos; passando pelo povoado da Lapa e pelos Campos Elísios, atingia a freguesia da Luz, próxima ao centro, antes de seguir pelo Brás rumo ao litoral.

Junto às estações, foram surgindo armazéns e indústrias. No bairro da Luz, devido ao grande movimento comercial, intensifestacaoluz2icou-se a função administrativa, policial e militar, surgindo nas cercanias a Cadeia Pública, quartéis de infantaria e cavalaria, escolas para oficiais e um hospital militar. Em 1872, inauguraram-se 231 km da Estrada de Ferro São Paulo – Rio de Janeiro, que partindo da Estação do Norte, no Brás, chegava à cidade de Cachoeira, no nordeste do estado. Atravessando o rio Paraíba em balsas, mercadorias e passageiros atingiam a Estrada de Ferro Dom Pedro II, que levava ao Rio de Janeiro, então capital do Brasil.

Em 1890, o problema da baldeação foi resolvido por uma ponte que uniu as duas ferrovias, formando a futura Estrada de Ferro Central do Brasil. Nas décadas seguintes, novas ferrovias se estenderiam pelo interior de São Paulo, ligando-o a outros estados no Oeste e Sul do país. A Estação da Luz, nó central dos grandes entroncamentos ferroviários, não ficou à margem das reformas por que passava São Paulo no final do século XIX.estacaodaluz1

Em 1896, iniciaram-se as obras de uma imponente estação que custou à São Paulo Railway cerca de 150.000 libras esterlinas, 4.500 contos de réis, em dinheiro da época, e foi construída no lugar de um primitivo edifício. No ano de 1901, estava pronta a nova Estação da Luz, cópia fiel da Estação de Sydney, na Austrália. Todo o material de construção foi importado da Inglaterra. A obra tornou-se um cartão de visita de São Paulo, motivo de orgulho para seus habitantes e de espanto para os estrangeiros que, como Alberto I, rei da Bélgica, visitaram-na encantados por sua beleza.

Fonte: Nosso Século, Abril Cultural, 1980

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