3 de março de 2011

Elas pegam no pesado

Elas são vaidosas, trabalhadoras, mães de família...Até aí, características comuns atribuídas a uma mulher. Mas elas têm um diferencial: desafiam o preconceito e até mesmo a desigualdade no trabalho e estão conquistando os canteiros de obras da construção civil. Cerca de 200 mulheres disputam esse espaço profissional dominado por homens. Até agora.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e de Artefatos de Concreto Armado do Oeste (Sinduscon), Lenoir Broch, a explicação para o ingresso de mulheres nos canteiros das obras é o aquecimento inédito do setor, impulsionado pelos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pelas moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, além da facilidade de crédito para a compra da residência própria.

Classi Lucas da Rosa e . Maria Elena da Silva                                                     Classi Lucas da Rosa e . Maria Elena da Silva 

 

No caso específico de Chapecó – cidade polo do oeste - a instalação de projetos de diversas empresas dos segmentos da indústria, comércio, serviços com ênfase na implantação de um shopping e das diversas universidades também justificam o crescimento do setor e, consequentemente, o aumento no número de vagas de trabalho.

De acordo com dados (2009/2010) do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó (Siticom) existem mais de 3.400 profissionais atuando na área de abrangência do sindicato. Destes, 5% são mulheres. Com habilidades para trabalhos detalhistas e preocupadas com a segurança no ambiente profissional, elas ocupam cargos como pedreiras, eletricistas, operadoras de guincho, servente de pedreiro, entre outros.

Ivanete, Geni, Edineusa e Evandra

                                                      Ivanete, Geni, Edineusa e Evandra 

 

A analista de Recursos Humanos da Construtora Dimensão, de Chapecó, Luciane Blauth, destaca que a empresa conta com 11 mulheres atuando como servente de pedreiro nas obras. “O salário para o cargo é o mesmo tanto para homem quanto para mulher. Os critérios para contratar são ter bom porte físico e boa saúde física”.

Luciane explica que as mulheres são mais organizadas e não costumam faltar ao trabalho. “O canteiro de obra está sempre em melhores condições higiênicas e a área de vivência e refeitório são mais limpos quando há mulheres na equipe”. O presidente do Sinduscon Oeste complementa que essas profissionais, por serem mais sensíveis e cuidadosas, geralmente têm um perfil adequado para trabalhos de acabamento. Elas têm maior facilidade para perceber os defeitos de pintura, cerâmica, rejunte etc.

O mestre de obras da Construtora Santa Maria, Paulo Gilberto de Oliveira, conta com cinco serventes de pedreiro na obra em que está à frente. “As mulheres são mais detalhistas e cuidadosas em relação à segurança no trabalho. Além de desempenhar a função de servente, elas cuidam da limpeza e organização do prédio em construção”, confirma.

Ivanilda Fagundes, 36 anos, é servente de pedreiro desde 2009. Transporta massa e tijolos de um lugar para o outro na construção, faz massa, opera o guincho etc. Ela conta que trabalhou em uma padaria e num frigorífico, mas não gostou. “Encontrei na construção civil, o que gosto de fazer. Todos diziam que eu não aguentaria, mas quero seguir carreira. A gente, que não teve a oportunidade de estudar tem que buscar crescer no que faz. O caminho é aprender no dia a dia e fazer cursos. Fiz curso de guincheira e pretendo fazer o curso de pedreiro ou carpinteiro”.

A servente Antonia Silva atua na função há oito meses. Ela conta que é colega de trabalho do marido e pretende continuar nesta área. A servente Classi Lucas da Rosa, 42 anos, trabalha há quatro anos na função. Maria Elena da Silva, 50 anos, trabalha há apenas 9 meses. No entanto, elas têm algo em comum. São vaidosas e pretendem atuar na área enquanto tiverem condições. Trabalharam em outros segmentos, mas preferem continuar neste, que é um dos ramos que mais cresce no país.

As serventes de pedreiro Geni Alves, 53 anos, Ivonete Acosta, de apenas 23 anos, Edineusa Zanchet, 28 anos e Evandra Rachel, 28 anos, concordam com as demais profissionais entrevistadas e pretendem continuar atuando na área. “Aqui é mais sossegado. Somos respeitadas pelos colegas e pelos chefes e, a cada dia, aprendemos mais”, complementa Edineusa.

Texto e fotos: MARCOS A. BEDIN

MB Comunicação Empresarial/Organizacional

mb@mbcomunicacao.com.br

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Um comentário:

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