16 de junho de 2009

Isolado vírus da Influenza A

Seqüenciamento genético, realizado pelo Instituto Adolfo Lutz, revela que proteína do vírus não é do mesmo padrão do encontrado na Califórnia.

O Estado de São Paulo conseguiu isolar e seqüenciar, de forma pioneira no Brasil, o vírus da gripe A H1N1, popularmente conhecida como gripe suína. O trabalho foi realizado pelo Instituto Adolfo Lutz, órgão da Secretaria de Estado da Saúde, a partir do material colhido do primeiro caso paulista da doença, confirmado em abril.

Seguindo as diretrizes da OMS (Organização Mundial de Saúde), a Secretaria denominou a nova estirpe de Influenza A/São Paulo/H1N1. O seqüenciamento genético revelou uma mutação na proteína Hemaglutinina, responsável pela capacidade de infectar do vírus, que já não tem o mesmo padrão do vírus da Califórnia (EUA), o primeiro isolado na atual pandemia.

A caracterização genética do vírus é fundamental na investigação da epidemiologia molecular, para saber se o padrão se mantém ou já diferenciou dos encontrados em outras regiões do mundo.

“Esse trabalho é de extrema importância para monitorar o comportamento do vírus, o que irá contribuir para a produção da vacina e para avaliar a resposta aos medicamentos anti-virais”, afirma Clelia Aranda, coordenadora de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde.h1n1_1

Até o momento foram registrados no Estado 27 casos de gripe A H1N1. Outros 21 casos são considerados suspeitos e estão sendo investigados. Não há nenhum óbito pela doença em São Paulo.

Dezoito hospitais em todo o Estado funcionam como referência para atendimento de casos suspeitos da nova gripe. Essas unidades possuem leitos de isolamento e ficam de prontidão para identificar qualquer caso, comunicar o fato imediatamente ao Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria e colher amostras de secreções nasais e da garganta dos pacientes.

Os exames virológicos estão sendo realizados no Instituto Adolfo Lutz, órgão da pasta, uma das três referências nacionais para a identificação da influenza, que atende às normas de biossegurança necessária para a manipulação de vírus.

O Instituto Adolfo Lutz, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, fotografou o vírus da Gripe A(H1N1) também conhecida por gripe suína. As imagens foram captadas pelo serviço de microscopia eletrônica após serem ampliadas 200 mil vezes.

Após o isolamento do vírus influenza H1N1 em cultura de célula, o Adolfo Lutz fez as imagens para análise morfológica do vírus, que apresenta as mesmas características do grupo influenza. É uma partícula típica de vírus influenza.

O aparelho usado para fazer as fotos tem capacidade para ampliar imagens em um milhão de vezes. Adquirido pela Secretaria em 2007, o microscópio é totalmente computadorizado e possui maior resolução, gera imagens mais nítidas e é capaz de mostrar até estruturas internas dos vírus. Com o manejo mais ágil será possível reduzir tempo de análises de exames. Importado do Japão, custou R$ 650 mil à Secretaria.

A seção de Microscopia Eletrônica do Adolfo Lutz tem perfil de atividade diferente dos demais laboratórios existentes no Brasil. É um dos únicos serviços que realizam diagnóstico rápido de vírus. As atividades se tornam de fundamental importância em situações emergenciais, onde a análise veloz é crucial.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Secretaria de Saúde de São Paulo

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