A imprensa, via de regra, é uma aliada dos setores produtivos; é um setor essencial e estratégico para o desenvolvimento das sociedades democráticas, livres e pluralistas, mas está prestando um desserviço à Nação no caso da “Gripe A”.
Milhões de produtores e empresários rurais estão revoltados em relação ao tratamento que essa patologia viral vem recebendo nos meios de comunicação social do nosso país que insistem de chamá-la indevidamente de “Gripe Suína”.
Sabemos que o erro inicial, nesse amplo e doloroso processo de comunicação, coube à Organização Mundial da Saúde, que, em seu primeiro comunicado à imprensa, cometeu o equívoco de denominar de gripe suína o que, pelo princípio toponímico adotado nas demais ocorrências massivas da doença, deveria ter sido batizada de “Gripe Norte-Americana”. Mais tarde a OMS reconheceu esse erro, mas não conseguiu neutralizar nem reverter a obsessão da mídia por nomes fortes e catastróficos.
A suinocultura brasileira é a melhor do mundo e o mercado internacional reconhece nosso padrão de excelência. Desfrutamos de sanidade atestada pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). Empregamos, nos campos, a melhor genética, a melhor nutrição e o melhor manejo de rebanhos. Nossa indústria de processamento de carne utiliza máquinas, equipamentos e instalações de mais alta tecnologia. Insumos e mão-de-obra são de primeira linha.
A cada vez que a imprensa fala em “gripe suína”, essa vasta, moderna e complexa cadeia produtiva da qual dependem mais de 2,5 milhões de pessoas, sofre abalo econômico. O efeito da comunicação de massa na economia real tem sido devastador. No mês de maio, o consumo de carne suína in natura caiu ¾ em grandes mercados, como Rio e São Paulo. Empregos e riquezas estão sendo consumidos pelo fogo da desinformação.
O mais irônico é que o suíno não tem nada a ver com Gripe A, como bem o demonstraram as investigações virológicas. Não se tem notícia de que haja algum suíno doente, nem caso de contaminação animal-homem. Mas, a mídia insiste em falar em “gripe suína” e em exibir imagens de suínos. É bem verdade que alguns jornalistas perceberam o erro e o corrigiriam, mas a maioria dos profissionais de comunicação insiste no uso do termo incorreto.
Tomamos a liberdade de propor ao Ministério da Agricultura uma ação forte e incisiva no sentido de neutralizar os efeitos desse deletério e inconveniente processo comunicacional, para evitar a derrocada da cadeia produtiva. Decididamente, a gripe não é suína.
Por: Mário Lanznaster/presidente da Coopercentral Aurora
Enviado por: Marcos A. Bedin
MB Comunicação
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