As intempéries castigam Santa Catarina. Enquanto o excesso de chuvas produz enchentes no litoral e Vale do Itajaí, um fenômeno inverso, a estiagem, assola as lavouras do oeste e extremo-oeste catarinense. A situação é mais grave no extremo-oeste, onde as lavouras de milho de 5.000 produtores rurais estão destruídas entre 50% e 100%.
Faesc quer seguro agrícola para replantio de lavouras de milho no oeste
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) revela que a única saída para esses produtores é transformar em silagem para o gado o que restou das lavouras, permitindo, assim, o replantio imediato de milho ou de feijão. Para fazer isso e reduzir os prejuízos, o Banco do Brasil precisa autorizar a aplicação do seguro (Proagro Mais) nessas lavouras.
“Trata-se de uma situação emergencial na qual, para agilizar o processo, o Banco deve abrir mão dos laudos emitidos por seus próprios técnicos e aceitar os laudos da Epagri”, explica o vice-presidente Enori Barbieri.
Ontem, a Federação e a Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) pediram ao governo do Estado rápidas e fortes pressões sobre o Governo Federal, em Brasília. Faesc e Ocesc querem que o Ministério do Desenvolvimento Agrário autorize o Banco do Brasil a aceitar laudos da Epagri e deferir a aplicação do Proagro em tempo recorde.
A urgência tem explicação: o replantio da safra de milho ou de feijão pode ser feito somente até janeiro com plena viabilidade de desenvolvimento vegetal. Barbieri mostra que, na esfera estadual, estão perdidos 10% das lavouras de milho. A produção inicial de 4 milhões de toneladas já está rebaixada para 3,6 milhões e os produtores terão 120 milhões de reais de prejuízos – a grande parte concentrada no extremo oeste.
A ruína parcial das lavouras de milho obrigará o Estado a voltar a importar 2 milhões de toneladas de milho em 2009, aumentando a dependência externa do grão. REAÇÃO
O secretário Antonio Ceron, da Agricultura, recebeu ontem representantes da Faesc (Enori Barbieri), da Ocesc (Paulo von Dokonol) e da CooperAlfa (Romeu Bet e Cládis Furlanetto) e assegurou que chefiará missão oficial à Brasília para demonstrar ao governo federal a gravidade da situação, nos próximos dias, assim que encerrar uma visita técnica aos municípios em estado de calamidade pública.
O problema mais grave situa-se na cultura do milho, mas, nas mais de 100 mil propriedades atingidas pelas secas ou pelas cheias, as perdas também foram pesadas em arroz, trigo, feijão, bovino de corte e leite, banana, cebola, fumo, hortaliças, mel e soja.
Os prejuízos atingiram a pecuária de corte e de leite, com mortandade registrada em 3 mil cabeças de bovinos por afogamento, perda da produção de leite em 10% e mais de 100 mil aves abatidas na região de Blumenau.
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