Galileu enfrentou algumas vezes a Inquisição, safando-se por muito tempo quando foi condenado, não por heresia. Teve que negar o copernicanismo, enviando uma cópia de sua negação para toda nunciatura da Europa e, ainda, impuseram-lhe como penitência, recitar uma vez na semana os sete salmos penitenciais, que foi cumprido por sua filha, e à prisão domiciliar. A pergunta que fica é: quais foram os erros que a Igreja cometeu no julgamento de Galileu?
O Papa João Paulo II criou uma comissão, em 1981, para estudar o caso de Galileu. O subsecretário do Conselho Pontifício para a Cultura, Dom Sánchez de Toca comentou o resultado do trabalho dessa comissão. Naquela conjuntura histórico-cultural, os juízes de Galileu eram incapazes de separar a fé de uma cosmologia milenar, acreditaram que adotar o sistema copernicano, que nem ainda estava provado, podia quebrar a tradição católica e que, por isso, era seu dever proibir esse ensinamento.
Este erro subjetivo de juízo, tão claro hoje para nós, conduziu-os a uma medida disciplinar, certamente impingindo a Galileu um sofrimento grande. Os juízes de Galileu se equivocaram não somente porque hoje sabemos que a Terra se move ao redor do Sol, mas naquele tempo não era possível saber. Por outro lado, a história da humanidade esteve cheia de loucos que afirmavam coisas surpreendentes e depois se revelaram falsas, hoje ninguém se lembra de seus nomes. Se Galileu tivesse proposto uma teoria diferente, hoje ninguém se lembraria dele. Este foi o primeiro erro objetivo.
O cardeal Poupard também fala de um erro subjetivo. Qual foi? Creram que deveriam proibir um ensino científico por temor às suas conseqüências. Pensaram que permitir o ensinamento de uma doutrina científica que não estava aprovada podia colocar em perigo o edifício da fé católica e sobretudo a fé das pessoas simples. E creram que era seu dever proibir este ensinamento. Hoje sabemos que proibir o ensinamento de uma doutrina científica é um erro. Não cabe à Igreja dizer se está provada cientificamente ou não. Corresponde à ciência.
O que Galileu pedia é que a Igreja não condenasse a Tese de Copérnico, não tanto por causa de sua própria carreira profissional e convicções, mas porque também pensava na Igreja. Pois se, depois, se demonstrasse que a Terra se movia ao redor do Sol, a Igreja se veria em uma situação muito difícil e faria o ridículo diante dos protestantes, essa foi a linha que Galileu defendia. Ele queria evitar isso porque era um católico sincero. Ele disse também: “O que acontecerá no dia em que se demonstrar que Copérnico está correto? Será preciso declarar heréticos então os que sustentam que a terra está no centro?”. Isso é o que estava em jogo, é muito mais complexo do que se costuma dizer. Por causa disso tudo é que o Santo Padre resolveu reconhecer estes erros e pedir perdão.
Artigo de: Mario Eugenio Saturno de Bariloche - Argentina, é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva e congregado mariano. (Email: mariosaturno@uol.com.br)
O Celular Espião é um celular tão incrível e polêmico que foi proibido em alguns países da Europa e é novidade no Brasil.
ResponderExcluirO Celular Espião é um telefone celular comum, especialmente modificado para poder ser monitorado à distância, permitindo assim escutar as conversas telefônicas e ambientais de quem o utiliza.
www.celularespiaobrasil.com