As perdas de hortaliças podem chegar a 43%, calcula o pesquisador Antonio Gomes, da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro, RJ), “Isso quer dizer que, de tudo que foi investido e trabalhado, apenas uma parcela será remunerada.
A sociedade paga para plantar, colher, transportar e comercializar alimentos que nunca vão chegar à mesa da população!”, aponta. Responsável por pesquisa que quantificou em 35% as perdas na cadeia produtiva de hortaliças, ele refez os cálculos e chegou à preocupante conclusão.
O Brasil produz 17 milhões de toneladas de hortaliças, de acordo com dados do IBGE. Mas nem tudo chega à mesa do consumidor: perde-se na colheita, no transporte, armazenagem e comercialização. O exemplo das hortaliças é revelador. Os brasileiros consomem 115 kg de hortaliças por habitante/ano, considerando já os alimentos ou hortaliças in natura e processados.
Um cálculo simples que considere que metade de 180 milhões de brasileiros come hortaliças, chega ao consumo de 9 milhões 660 mil t. E os restantes 7 milhões 340 mil t? “As coisas não mudaram, o desperdício continua alto”. Os pontos onde há mais perdas nas cadeias produtivas de frutas e hortaliças são no manuseio, transporte e centrais de abastecimento e comercialização. Os supermercados não estão isentos de problemas: “Somos solicitados para ajudar a resolver problemas dentro dos estabelecimentos”, revela.
O problema também é de ordem ética, pois se trata de alimentos, produtos nobres e vitais, que são jogados no lixo. “Os sais minerais e as vitaminas nos são fornecidos pelas frutas e hortaliças frescas, indispensáveis para prevenir a má nutrição e a desnutrição”.
O pesquisador conclui que é mais apropriado primeiro reduzir o desperdício do que, por exemplo, aumentar a área plantada.
Fonte: Embrapa
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