Faesc quer a suspensão imediata da importação de leite do Uruguai.
A importação abusiva de leite do Uruguai está destroçando a cadeia produtiva catarinense e brasileira. Ao fazer essa avaliação, o presidente da Federação da Agricultura do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, justificou a necessidade de cancelamento da licença automática de importação de leite em pó oriundo do Uruguai e de outros países.
O dirigente considera nocivo o surto de importações de leite em pó proveniente do Uruguai que, de janeiro a julho, atingiu 14 mil toneladas – o dobro de toda a importação média brasileira anual de leite em pó vinda daquele país. Ao lado do leite importado de outros mercados, como Estados Unidos e União Européia, o produto lácteo estrangeiro está inviabilizando a competitividade dos produtores de leite do Brasil. “O produto importado chega barato ao Brasil porque ganha muito subsídio nos países de origem e isso cria distorções no mercado interno”, expõe Pedrozo.
Como efeito da retomada dos subsídios e recomposição dos estoques de lácteos de países ricos, como Estados Unidos e União Européia, os preços internacionais do leite em pó se mantiveram reduzidos. Os demais exportadores considerados competitivos no mercado mundial, a exemplo da Argentina e do Uruguai, adotaram práticas desleais de comércio para continuar exportando seus excedentes. A Faesc reclama que, além de subfaturamento, os parceiros do Mercosul estão realizando pagamentos diretos aos seus produtores, ou seja, também estão subsidiando a produção.
De acordo com Pedrozo, somente o cancelamento das importações de leite em pó do Uruguai e de outros países mudará esse cenário desastroso para a pecuária leiteira nacional. “Essas práticas desleais de comércio trarão graves prejuízos aos produtores de leite do Brasil”.
O presidente da Faesc observou que a crise financeira mundial originada nos Estados Unidos espalhou-se pelo mundo, criando uma situação adversa ao mercado de lácteos. Sem crédito, os países importadores reduziram suas compras, deprimindo expressivamente as cotações, com repercussões nos preços internos de todos os países exportadores, inclusive o Brasil. Os preços médios do leite em pó na Oceania e União Européia, no primeiro semestre de 2008, cotavam acima de US$ 4.000/ton., mas até a primeira semana de junho deste ano a média não chegou a US$ 2.200/ton.
José Zeferino Pedrozo lembrou que o segmento lácteo padece de crise de renda pois, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo, houve redução de quase 18% no preço corrigido do leite, em 2008. No entanto, de acordo com o projeto Campo Futuro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), nos principais Estados produtores de leite, os custos de produção aumentaram quase 10%.
Ao enfatizar a importância econômica e social do leite, Pedrozo observa que Santa Catarina é o sexto produtor nacional com 1,650 bilhão de litros/ano. Praticamente todos os 200.000 estabelecimentos agropecuários produzem leite. O oeste catarinense responde por 60% desse volume com cerca de 50.000 estabelecimentos rurais tecnificados, aqueles que adotam tecnologia e geram excedentes comerciais.
Fonte: Marcos A. Bedin
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