Violência urbana, acidentes de trânsito, quedas e esportes são os principais causadores do traumatismo facial entre os adultos. No entanto, o que mais chama atenção são as características das vítimas, pois a maioria das pesquisas realizadas até hoje aponta que o trauma está relacionado ao sexo e a faixa etária da população. Ou seja, mais de 70% das pessoas que sofrem traumatismo são homens, principalmente entre os 20 e 40 anos. O alerta é do especialista em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial e mestre em lasers em odontologia, Silvio Mauro Gallon, da Clínica Arte e Face de Chapecó.
A trauma pode afetar a pele, gordura, músculos, nervos e ossos da face e, nos casos mais graves, causar dano cerebral. Após sofrer a lesão, a vítima pode ter perda de sensibilidade na pele, cicatrizes antiestéticas, retrações, lesões na visão, dificuldade na respiração, paralisia facial e perdas dentárias.
“A face é um dos sistemas mais complexos do corpo humano. Quando acontecem acidentes, quedas ou brigas, seja na rua, em casa ou no trabalho, a face está sempre em exposição e, por isso, é muito afetada”, destaca.
Um dos estudos mostrou que dos 164 pacientes atendidos com trauma facial 78% eram do sexo masculino (78%) e sua incidência foi maior na faixa etária dos 20 aos 39 anos. A violência interpessoal foi a maior causa (48,1%), seguida de queda (26,2%), atropelamento (6,4%), esporte (5,4%), acidente de carro (4,2%) e acidente de motocicleta (3,1%).
Outro estudo avaliou 711 pacientes. Entre as vítimas, destacaram-se os do sexo masculino (72,8%) e a faixa etária mais atingida foi de 21 a 30 anos, representando 35,3% dos pacientes. Quanto à causa, predominou a agressão física, seguida por acidente com veículos/motos. O nariz foi o local mais acometido nas fraturas de face (76,8%).
Os ossos faciais são múltiplos, normalmente pares, têm íntima relação com o crânio e exercem o papel de deformação progressiva. Ou seja, mais frágeis e periféricos, vão se quebrando com o forte impacto e ao mesmo tempo absorvendo-o, para proteger o cérebro e suas estruturas no interior da caixa craniana.
“Em função disso, a maioria dos traumas que afetam a cabeça podem gerar traumas na face, que variam de pequenas a grandes proporções”, explica o cirurgião. “A região mais atingida é o nariz, seguida dos ossos zigomáticos (maçãs do rosto) e mandíbula”, acrescenta.
Muitas das fraturas podem ser resolvidas em um primeiro atendimento, na urgência ou em até 15 dias, e podem resultar em uma face totalmente recuperada e livre de cicatrizes. Porém, fraturas mais complexas podem levar o paciente a tratamentos longos, exigindo múltiplas intervenções, reconstruções ósseas e reabilitações dentárias.
O cirurgião bucomaxilofacial, responsável pelo atendimento de pacientes com essas fraturas, pode solicitar avaliações e intervenções de diversas especialidades médicas, como oftalmologia, otorrinolaringologia, cirurgia plástica e outras. “Nos traumas onde há comprometimento neurológico do paciente, o primeiro cuidado é do neurocirurgião, até que o quadro se estabilize e, então, as fraturas da face são tratadas”, enfatiza Gallon.
Atualmente, os tratamentos estão aliados à alta tecnologia, com imagens diagnósticas muito claras, sistemas de fixação de alta precisão para os ossos quebrados e técnicas cirúrgicas apuradas, evitando ao máximo cortes externos na pele do paciente para minimizar as cicatrizes. As questões fisioterápicas, nutricionais e psicológicas também estão muito afinadas com o tratamento desses traumas, agilizando a volta das funções normais do paciente e com mais qualidade.
“O trauma é de difícil tratamento, sem contar as sequelas permanentes. Por isso, o melhor caminho ainda é a prevenção”, finaliza o cirurgião.
Fonte: MARCOS A. BEDIN
MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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