Não me sai da cabeça a imagem de um fiel da igreja do Bispo Macedo que doou R$ 60.000,00 à instituição.
Por: Návia T. Pattussi/Psicanalista/naviat@terra.com.br
Este cidadão está aposentado por invalidez referida a problemas mentais e justifica que fez tal doação por que o pastor lhe assegurou que se assim o fizesse Deus lhe livraria do tormento emocional que grassa sua vida.
A situação parece absurda, pois foge à nossa capacidade de raciocínio uma postura como essa: uma relação de total submissão e entrega por parte de um, ao mesmo tempo que uma posição de exercício de poder quase que absoluto, uma violência simbólica, por parte do outro. Sim, pois a violência pode ser real, se demonstrada de uma forma concreta através de agressões físicas, ou simbólica quando dissimulada através de palavras doces ou de atos que escondem as reais intenções de explorar o outro ou de submetê-lo a serviço dos próprios prazeres ou interesses, sem que ele se dê conta disso. Acho essa, uma das situações mais perniciosas, pois desse tipo de violência é mais difícil, quando não, impossível do sujeito se defender. Temos também como exemplo disso os casos de pedofilia onde a exploração do outro se faz através da demonstração de um suposto afeto.
Usar o outro, sem o seu consentimento ou tendo a sua anuência através de argumentos enganosos a mim fere o mínimo princípio de respeito ao próximo. Porém, como alguém pode se deixar enganar dessa forma? Existe um mecanismo poderoso, muito conhecido pelas psicoterapias, que se chama “sugestão” onde o paciente submete-se cegamente ao poder e saber do terapeuta, o que é semelhante ao que ocorre numa relação amorosa, onde os amantes entram numa espécie de “transe” e de fantasias de toda a ordem. Mas o problema não é se essas relações são reais ou fantasiosas mas o quanto o detentor do poder pode se utilizar da fragilidade ou do estado de êxtase do outro para explorá-lo ou dirigi-lo. Essa uma questão ética premente no nosso dia a dia de terapeutas e nos exige um alerta constante.
Esses fatos colocam em xeque a relação que temos com a realidade e as pessoas, pois na verdade sempre corremos o risco de ver somente o que queremos ou suportamos enxergar. Por certo o mundo não é cor de rosa como imaginávamos na infância, mas é difícil “enterrar” isso e viver na crua ostensividade dos fatos que são a prova da factibilidade ou não do que pensamos.
Porém, viver mais com os “pés no chão”, como se diz, também pode nos revelar uma outra forma de estar no mundo nos fazendo pensar em estratégias e nos tornando menos vulneráveis ao poder que colocamos no outro, que tanto pode ser uma pessoa como uma instituição. Sim, pois o poder de alguém não é inato. Se ele assim aparece é por que alguém coloca o poder lá. Quem faz o líder, o ditador ou o explorador é aquele que assim o vê e esse olhar pode ser mudado.
Fonte: Marcos A. Bedin
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É. E cada dia mais a Universal do Reino do Edir Macedo engana mais e mais tolos que se deixam roubar pelos espertalhôes da Universal.
ResponderExcluirEssa Igreja Universal tem muita sujeira escondida por baixo dos tapetes. Abraços.
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