Embora as montadoras dos veículos, com as exigências do mercado, já disponibilizam mais conforto e demonstram preocupação com a ergonomia, os carros antigos não saíram de circulação e muitos motoristas, especialmente, aqueles que têm a direção veicular como atividade profissional, são prejudicados tendo como uma das principais consequências, as constantes dores nas costas. A constatação é do médico ortopedista e traumatologista, Joaquim Reichmann, que aponta a incorreta ergonomia e a falta de apoio lombar como imperfeições que prejudicam a saúde dos condutores.
O médico explica que o banco inadequado não segura o motorista nas curvas, provocando movimentos forçados de lateralidade que também fazem sobrecarga muscular por excesso de tensão. A altura e a disposição da alavanca de câmbio e os pedais também são importantes: de preferência, os pedais não devem ser muito verticalizados e permitir uma maior extensão das pernas, a alavanca de câmbio deve estar ao alcance da mão sem movimentar o tronco.
Os problemas mais comuns que os motoristas sofrem, se tratando de coluna vertebral, são as dores nas costas principalmente na região lombar. Quando se permanece muito tempo sentado, ocorre uma retração muscular (posição fletida) que deve ser compensada durante as viagens com breves paradas para alongamentos.
O tipo de carro e a estrada influenciam, pois os impactos provocados em estradas de chão ou asfalto esburacados vão fazendo microtraumas na coluna vertebral que com o tempo pode provocar osteoartrose (desgaste da coluna vertebral). Se a suspensão do carro é muito dura, o quadro pode ser pior, pois os impactos são transmitidos diretamente à coluna vertebral. O assento deve permitir uma postura correta com os braços estendidos e o encosto levemente inclinado para trás.
Reichmann adverte que em relação aos joelhos, como eles ficam em flexão por longos períodos, a pressão entre as cartilagens do fêmur e patela aumentam e pode ser a causa de dor nos joelhos. Por isso, “é importante alongar a musculatura posterior das pernas, com paradas periódicas, pois a retração muscular da posição fletida provoca dor quando se tenta estender as pernas para caminhar”.
O médico cita as posições, ao volante, que mais agravam o problema: braços e antebraços fletidos (dobrados), encosto muito vertical ou muito horizontal, ausência de apoio lombar, falta de ergonomia do encosto do banco para manter a pessoa aderida ao assento nas curvas, pedais muito verticalizados próximo do corpo, mau posicionamento da alavanca de câmbio, que deve ficar ao alcance da mão sem precisar mover o tronco.
Reichmann adverte que o hábito de substituir o volante original por volantes menores, em automóveis esportivos, também é responsável pelo agravamento dos problemas, porque o esforço para fazer manobras é maior: quanto menor, mais pesado o volante. Essa situação também pode provocar tendinite de ombro, devido ao maior esforço para girá-lo.
A postura correta ao volante inclui pernas em extensão incompleta, braços e antebraços em extensão, pés em semi-flexão plantar. O volante deve ter boa empunhadura para permitir uma boa pega e o material deve ser macio e que não escorregue.
Joaquim Reichmann observa que não existe nenhuma comprovação na literatura médica a respeito da eficácia de capas de assento com bolinhas de madeira, muito utilizadas pelos motoristas, porém se elas forem muito duras podem machucar a musculatura das costas e provocar dor.
Fonte: MARCOS A. BEDIN
MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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