Com o descarte de 30 bilhões de toneladas de resíduo por ano, o lixo assumiu o contorno de uma calamidade civilizatória. O Brasil aparece no rol de um dos grandes geradores mundiais de lixo, aponta o consultor ambiental Maurício Waldman.
Em entrevista ao Instituto Humanitas, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Waldman lembrou o geógrafo francês Jean Gottman, que definiu o atual período de Era do Lixo. "Essa é a primeira vez na história que os resíduos passaram a ocupar um nexo central nas preocupações humana", diz Waldman.
Os três segmentos que mais produzem descartes, responsáveis por cerca de 91% da geração do lixo do planeta, são a pecuária, a mineração e a agricultura. Os rejeitos residenciais respondem a apenas 2,5% do total, mas, segundo o consultor ambiental, é processualmente o mais importante de todos.
"Isso porque tudo ou quase tudo que se produz no mundo acaba descartado no saquinho que colocamos na calçada ou na lixeira do prédio", explica. A professora Annie Leonard, da Universidade de Carnell, nos EUA, destaca que para cada saquinho de lixo colocado na calçada existem outros 60 sacos de lixo descartados no processo de produção.
O problema deixa de ser apenas econômico, mas é um assunto "pavimentado por injunções sociais, políticas e culturais", assinala Waldman.
De 1991 a 2000, a população brasileira cresceu 15,6%, mas, no período, o descarte de lixo aumentou 49%. Em 2009, o Brasil teve um crescimento populacional de 1% e a produção de lixo, no mesmo tempo, aumentou 6%.
A metrópole de São Paulo é o terceiro pólo gerador de lixo entre as capitais mundiais, perdendo apenas para Nova Iorque e Tóquio. No entanto, a paulicéia é a 11a. ou 12a. economia metropolitana do planeta, o que significa que paulistas geram muito mais lixo do que seria admissível.
Em termos de Brasil, o país abriga 3,06% da população mundial e gera 3,5% do Produto Interno Bruto global, mas gera, segundo estimativas, 5,5% do total mundial dos resíduos sólidos urbanos.
Como é impossível existir uma sociedade sem resíduos, o problema do lixo pode, contudo, "ser mitigado com o concurso de procedimentos inteligentes e práticas ambientalmente corretas", aponta o consulto ambiental e professor universitário. Ele defende a adoção, urgente, dos quatro "Rs" e nesta ordem: repensar, reduzir, reutilizar e reciclar.
"Em tempo", alerta Waldman, "precisamos acima de tudo repensar o conjunto da sociedade contemporânea".
SÃO LEOPOLDO - Com o descarte de 30 bilhões de toneladas de resíduo por ano, o lixo assumiu o contorno de uma calamidade civilizatória. O Brasil aparece no rol de um dos grandes geradores mundiais de lixo, aponta o consultor ambiental Maurício Waldman.
Em entrevista ao Instituto Humanitas, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Waldman lembrou o geógrafo francês Jean Gottman, que definiu o atual período de Era do Lixo. "Essa é a primeira vez na história que os resíduos passaram a ocupar um nexo central nas preocupações humana", diz Waldman.
Os três segmentos que mais produzem descartes, responsáveis por cerca de 91% da geração do lixo do planeta, são a pecuária, a mineração e a agricultura. Os rejeitos residenciais respondem a apenas 2,5% do total, mas, segundo o consultor ambiental, é processualmente o mais importante de todos.
"Isso porque tudo ou quase tudo que se produz no mundo acaba descartado no saquinho que colocamos na calçada ou na lixeira do prédio", explica. A professora Annie Leonard, da Universidade de Carnell, nos EUA, destaca que para cada saquinho de lixo colocado na calçada existem outros 60 sacos de lixo descartados no processo de produção.
O problema deixa de ser apenas econômico, mas é um assunto "pavimentado por injunções sociais, políticas e culturais", assinala Waldman.
De 1991 a 2000, a população brasileira cresceu 15,6%, mas, no período, o descarte de lixo aumentou 49%. Em 2009, o Brasil teve um crescimento populacional de 1% e a produção de lixo, no mesmo tempo, aumentou 6%.
A metrópole de São Paulo é o terceiro pólo gerador de lixo entre as capitais mundiais, perdendo apenas para Nova Iorque e Tóquio. No entanto, a paulicéia é a 11a. ou 12a. economia metropolitana do planeta, o que significa que paulistas geram muito mais lixo do que seria admissível.
Em termos de Brasil, o país abriga 3,06% da população mundial e gera 3,5% do Produto Interno Bruto global, mas gera, segundo estimativas, 5,5% do total mundial dos resíduos sólidos urbanos.
Como é impossível existir uma sociedade sem resíduos, o problema do lixo pode, contudo, "ser mitigado com o concurso de procedimentos inteligentes e práticas ambientalmente corretas", aponta o consulto ambiental e professor universitário. Ele defende a adoção, urgente, dos quatro "Rs" e nesta ordem: repensar, reduzir, reutilizar e reciclar.
"Em tempo", alerta Waldman, "precisamos acima de tudo repensar o conjunto da sociedade contemporânea".
Fonte: ALC
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