Ao abrir os jornais nas páginas policiais é quase impossível não ter notícias sobre crimes cometidos por menores. Nas escolas vemos professores apavorados com a dificuldade de controlar as crianças e adolescentes. Em casa, nem se fala! É um pedido a cada segundo: mãe, o que é que eu vou fazer agora? Onde vamos? Quero aquele brinquedo! Posso entrar na internet? Isso quando perguntam! Como controlar esta turma?
Talvez nunca tenha sido tão difícil ser pai ou mãe como na época em que vivemos e, possivelmente, a figura de autoridade nunca foi tão questionada como tem sido nas últimas décadas. O poder que era centralizado na figura paterna passa a ser diluído pelos meios de comunicação, pelas “verdades da ciência”, pela gradual mudança de posição da mulher na sociedade em que vivemos. A autoridade está diluída! Não se sabe mais quem manda em quem. Aliado a isso temos uma legislação avançada mas de pouca aplicabilidade em termos de cobrança de suas infrações. Isso começando de cima, onde nossos governantes escracham sem o menor constrangimento a forma corrupta habitual de fazer política, independente de partido político, com poucas conseqüências em termos legais. Além disso, somos extorquidos diariamente por uma carga tributária desumana que nos faz reféns de um “estado” acostumado a gastar mal o nosso dinheiro, sem que haja conseqüência alguma em termos de sanção.
Conclusão: problemas com a lei todos temos mas são revelados mais nitidamente pelos nossos “menores”. Para a psicanálise, a infância e a adolescência representam a verdade velada da geração anterior. O quê de nós então, reflete-se e é desvelado pelos nossos “menores”? Uma falta de pai e de mãe? Um pedido de amor? Pois quando uma criança ou adolescente “avançam o sinal” o que eles na verdade querem, sem se darem conta, é que alguém lhes pare, lhes olhe, lhes cuide, lhes dê uma direção e, portanto, lhes ame. Quando um juiz corajosamente arvora-se na turbulenta iniciativa de tentar controlar os jovens é porque isso faz falta. Ele vem então tentar preencher uma função que na verdade não seria a sua, mas sim dos pais. Porém, quando os pais não educam alguém tem que tentar controlar os efeitos que essa claudicação familiar desencadeia.
O que será necessário acontecer ainda para que, nós pais, exerçamos a nossa função sem constrangimento, dando-nos o direito de “errar” sem culpa ao invés de nos sentirmos de alma lavada porque preenchemos um “desejo” de nosso filho, liberando-o para fazer o que ele quer do jeito que ele quer e na hora em que ele quer? Sei que estamos todos fartos de conselhos e fórmulas de psicólogos e pedagogos sobre a necessidade de impor limites em relação aos filhos. É um discurso cansativo, gasto e sem conseqüência alguma pois não cansamos de repetir às pencas a mesma claudicação quanto às nossas funções de educadores, mesmo sabendo a forma “politicamente correta” de agir.
Admitir as dificuldades pode ser um grande “ganho”, tipo aquela situação em que alguém está prestes a se afogar e se dá conta de que ninguém pode ajuda-la. Em função disso acaba inventando um jeito de sair da água, mesmo correndo risco de se afogar. A experiência do profundo desamparo e solidão que efetivamente nos concerne pode mobilizar forças até então adormecidas!
Por: Návia T. Pattussi, psicanalista/naviat@terra.com.br
Fonte: Marcos Bedin
MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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