As empresas criadas em Santa Catarina têm vida mais longa e uma taxa de sucesso mais alta. Essa realidade vem sendo constada por respeitados institutos de pesquisa. Neste ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que as empresas catarinenses tem 82% de taxa de sobrevivência – a maior do país.
Nessa mesma linha converge extenso trabalho científico do diretor técnico do Sebrae/SC, Anacleto Ângelo Ortigara. Ele concluiu tese de doutorado sobre as causas que condicionam ao sucesso e/ou fracasso das micro e pequenas empresas em Santa Catarina. O estudo foi motivado pela forte participação dessas empresas na economia barriga-verde, nas conseqüências do seu fechamento e na importância do fortalecimento do segmento.
A pesquisa investigou as causas de mortalidade e/ou sucesso das micro e pequenas empresas no Estado por meio de dois instrumentos de coleta de dados, junto a uma amostra de empresas que se registraram na Junta comercial do Estado nos anos de 2000 a 2004. De acordo com o estudo de Ortigara, os sintomas mais relevantes de sucesso apontados foram o bom conhecimento do mercado, boa estratégia de vendas, empresário com persistência e perseverança, além do aproveitamento das oportunidades do negócio. Os sintomas mais relevantes responsáveis pela mortalidade das micro e pequenas empresas foram carga tributário elevada, falta de capital de giro e inadimplência dos clientes.
As causas que podem conduzir tanto ao sucesso como ao fracasso das empresas são os fatores relevantes na história do empreendimento, o conhecimento do produto/mercado, foco no negócio, identificação de oportunidades, organização e adequação dos produtos.
A pesquisa do IBGE divulgada recentemente revela que, atrás de Santa Catarina, aparecem os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 80,5% e 79,5%, respectivamente. Os dados são referentes aos anos de 2007 e 2008. Entre as regiões brasileiras, o sul apresenta a maior taxa de sobrevivência (79,8%), seguido pelo sudeste (79,1%). A média nacional ficou em 78,1% no período analisado. A pesquisa foi feita com base no Cadastro Geral de Empresas do IBGE.
Outro dado relevante do estudo refere-se ao número de empresas de alto crescimento. Em 2008, elas representavam 8,3% dos empreendimentos com 10 ou mais funcionários e, nesse segmento, totalizavam 30.954 empresas. O sul do país contava com 22% das unidades locais dessas empresas.
Entre 2005 e 2008, as empresas de alto crescimento foram responsáveis pela geração de 2,9 milhões empregos formais, o que representa 57,4% dos 4,9 milhões de vagas criadas no período. Na média, o número de postos de trabalho oferecidos neste segmento cresceu 173%, contra 22% da média geral de todos os empreendimentos nacionais.
A indústria de transformação teve maior participação entre as empresas que mais cresceram, com 27%. Comércio (26,4%) e construção (12,2%) vêm em seguida. Na geração de empregos, o setor de construção foi o que mais gerou postos de trabalho (196 mil). Limpeza em prédios e domicílios (117 mil) e locação de mão-de-obra temporária (114 mil) aparecem em seguida.
Segundo o IBGE, as empresas com maior número de empregados possuem uma maior chance de permanecer no mercado. Entre as empresas com 10 ou mais trabalhadores, a taxa de permanência no mercado é de 96%. Para aquelas sem funcionários, essa taxa cai para 66%.
Por: MARCOS A. BEDIN
MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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