29 de março de 2009

Arranjo produtivo local um exemplo de SC

A expressão “arranjo produtivo local”, designada pela sigla APL, é uma invenção brasileira, inspirada no inglês “cluster”. Ambas expressam a organização da cadeia produtiva de algum segmento da economia – grãos, carnes, móveis, calçados etc – para o fortalecimento de todos seus atores, incluindo fornecedores, produtores, industrializadores, distribuidores. Santa Catarina foi o primeiro Estado a criar, em 2004, o APL de leite e derivados, uma experiência do Sebrae que tornou-se paradigma nacional.

Santa Catarina registra um extraordinário desenvolvimento na produção de leite e caminha para tornar-se pólo nacional dessa área. O leite é produzido por 60.000 produtores rurais e está presente em 80% dos estabelecimentos com até 50 hectares.

Nesta semana, os gestores dos arranjos produtivos locais (APLs) do leite de todo o país estão reunidos em Chapecó, em encontro organizado pela carteira de leite e derivados do Sebrae Nacional cujo gerente, o engenheiro civil Paulo Alvim, foi articulador.

Alvim destacou que 30% do orçamento do Sebrae nacional é destinado ao financiamento de projetos e ações em 15 carteiras da vasta área do agronegócio. Os setores que mais absorvem investimentos são as carteiras de fruticultura, da apicultora e do leite. Na esfera nacional existem 50 projetos de leite apoiados pelo Sebrae.

“A produção de leite é uma atividade essencial porque dinamiza a economia, evita o êxodo rural, gera empregos e garante renda diária e/ou mensal para as famílias rurais”, enfatiza Alvim.

Os desafios que a cadeia produtiva enfrenta estão relacionados com a instabilidade de preços, a imprevisibilidade do mercado e a tensão no relacionamento dos produtores com as indústrias. Esse conflito é minimizado com a criação do conselho paritário produtor/indústria, o Conseleite, experiência exitosa mas limitada, atualmente, ao Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Paulo Alvim destaca que o Sebrae nacional valoriza e estimula uma fórmula avançada de cooperativismo, o empreendedorismo coletivo, que busca a inserção competitiva dos produtores no mercado nacional e internacional, fulcrados na produção em escala, na qualidade e na eficiência. Esses resultados são obtidos pelos APLs através de ações conjuntas de compra de insumos, divulgação, distribuição etc, que otimizam os resultados pela cooperação dos agentes da cadeia produtiva.

O encontro dos gestores de APLs do leite de todo o país, em Chapecó, permitiu avaliação e troca de experiências, especialmente na questão de inovações e de criação de instrumentos de apoio dentro da metodologia dos arranjos produtivos locais (APL) que o Sebrae adotou em 2000.

RETOMADA

O gerente do Sebrae nacional acredita que o agronegócio puxará a retomada do crescimento, em um processo lento e gradual, ancorado nas exportações. Ele defende mecanismos de inteligência competitiva para reduzir as incertezas do mercado. Nesse sentido, revelou que o Sebrae e o Ministério da Agricultura estão desenvolvendo projeto para um serviço de inteligência comercial para orientar o agronegócio, evitando os tradicionais erros de excesso ou escassez de produção que perturbam o mercado, causando prejuízos a produtores e consumidores.

O agente de articulação do Sebrae e gestor do projeto, Ênio AlbertoParmeggiani, mostra que o leite deixou de ser uma atividade secundária e passou a ser uma das principais geradoras de renda para o produtor catarinense em razão da conjugação de vários fatores que tornaram o Estado o quinto maior produtor nacional. Entre esses fatores situam-se as condições naturais favoráveis, a concentração da produção e a exclusão de produtores de outras cadeias produtivas (como a do fumo), a adoção de sistemas eficientes de produção e profissionalização dos criadores.

Por: Marcos A. Bedin
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