Caracterizada como doença da articulação degenerativa que atinge com maior freqüência adultos de meia idade e idosos, a osteoartrose de quadril, algumas vezes não apresenta causa específica. Entretanto, na maioria dos casos, o problema é conseqüência de outras doenças, como defeitos congênitos do quadril, artrite reumátoide, necrose avascular da cabeça femoral, doenças ocorridas na infância e após traumatismo. A genética também pode ser considerada um fator de risco.
O médico ortopedista, Joaquim Reichmann, diretor da Clínica Reichmann, especializada em ortopedia e traumatologia explica que o problema se manifesta por um desgaste de cartilagem articular que de uma superfície absolutamente lisa harmônica transforma-se em uma superfície áspera e irregular. Os primeiros sintomas podem ser um leve desconforto na região inguinal, nádega, coxa ou mesmo no joelho ou alguma rigidez articular.Normalmente a dor fica mais intensa com atividade física e melhora com o repouso.
Com o passar do tempo, os sintomas tendem a se intensificar e a dor e a rigidez podem estar presentes mesmo em repouso. Quando a pessoa percebe que está com dificuldade de vestir as meias ou calçar os sapatos é sinal de que a cartilagem está cada vez mais fina e irregular e quando o tecido cartilaginoso se esgota, o movimento passa a acontecer osso com osso, o que é extremamente doloroso. Neste estágio, diminui sensivelmente a capacidade de movimentação dos quadris, tornando os movimentos limitados.
Segundo Reichmann, para realizar diagnóstico, é importante que o paciente relate os sintomas. Também é necessário realizar exame físico da articulação coxofemoral e radiografias que mostram alterações articulares podendo ser complementados com outros exames.
Programa de fisioterapia faz parte do tratamento inicial da osteoartrose de quadril.
“É preciso evitar esportes de alto impacto e dar preferência para atividades físicas moderadas na piscina como natação ou hidroginástica e/ou bicicleta ergométrica sem carga”, declara Reichmann. Evitar carregar peso, subir escadas ou ladeiras e ingerir antiinflamatórios não esteróide também fazem parte do tratamento.
Em estágios avançados da doença, quando a dor é intensa e há diminuição da mobilidade do quadril é indicado o tratamento cirúrgico. Em alguns casos, a cirurgia indicada é osteotomia por videoartroscopia, mas na maioria das vezes, a artroplastia total do quadril é a cirurgia de eleição e consiste na substituição da articulação por uma prótese. Este procedimento elimina a dor e devolve a mobilidade da articulação.
“Os cuidados são os mesmos do tratamento não cirúrgico, pois o sucesso e a duração da vida útil da prótese depende dos cuidados pós-operatórios recomendado pelo médico”, observa Reichmann.
Por:
Marcos A. Bedin
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