Com apenas um clique, crianças com paralisia cerebral conseguem se comunicar com computadores, graças a pequenos acionadores montados pelo professor Paulo de Aquino, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. Os dispositivos foram desenvolvidos a pedido de professoras da Oficina Vivencial de Ajudas Técnicas para a Ação Educativa, que integra o Centro de Referência em Educação Especial do Instituto Helena Antipoff (IHA), no Rio de Janeiro.
Engenheiro elétrico, com mestrado e doutorado em engenharia elétrica, Aquino leciona para alunos de educação superior do instituto (antigo Cefet-RJ) desde 1984. A parceria com o IHA começou há cerca de quatro anos, com a montagem dos pequenos acionadores, mas não parou. Ele já elaborou diversos produtos, como brinquedos, acionadores diversos, comunicadores, mouses e teclados, para portadores de paralisia cerebral (PCs) atendidos pelo IHA.
Uma das preocupações do professor é desenvolver produtos semelhantes aos que existem no exterior, com preços mais baixos. “Trabalho constantemente com o IHA, quase sempre atendendo solicitações”, diz Aquino. “Temos feito pesquisas juntos, buscando personalizar cada instrumento, considerando a distinta capacidade de cada usuário. A ideia central é sempre fazê-las a baixo custo.”
O professor tem recebido pedidos de desenvolvimento de ferramentas provenientes de outras cidades e estados. “Gostaria de atender muitas outras pessoas, mas minhas disponibilidades de tempo e de laboratório são muito restritas”, explica. Para oferecer um atendimento melhor, Aquino pretende montar um laboratório de tecnologia assistiva, no qual possa trabalhar com uma equipe de alunos estagiários.
De acordo com o professor, o atendimento a necessidades dos portadores de paralisia cerebral beneficia outras pessoas com deficiência. Ele já fez adaptações para portadores de baixa visão e tetraplegia e desenvolve um acionador por pequenos movimentos faciais — de olhos, testa e sobrancelhas. “Cada projeto é mais um desafio tecnológico”, destaca Aquino, que não cobra pelos equipamentos que desenvolve.
No instituto, ele ensina os alunos da disciplina introdução à engenharia elétrica a elaborar um acionador. Os melhores projetos são encaminhados ao IHA. “Com isso, tento introduzir os jovens recém-chegados ao ensino superior no contexto social em que vivemos. O resultado tem sido excepcional.”
Fonte: PortalMec
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